Polícia dá novos detalhes sobre investigação da morte de Marília Mendonça
Morte da cantora completa um ano neste sábado, após queda de aeronave na cidade de Caratinga, em Minas Gerais
A Polícia Civil de Minas Gerais informou na manhã desta sexta-feira que aguarda um laudo sobre os motores da aeronave de Marília Mendonça para concluir as investigações sobre o acidente que matou a cantora um ano atrás.
O documento, que não tem prazo para ser emitido, é elaborado pelo Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, da Força Aérea Brasileira. A morte da cantora completa um ano neste sábado (5).
As investigações já concluíram que as torres da Companhia de Energia de Minas Gerais não tinham obrigatoriedade de ser sinalizadas, pois estavam fora da área de proteção do aeroporto, que tem um raio de três quilômetros. As torres estão localizadas a 4,6 quilômetros da cabeceira de pouso.
O delegado responsável pelo caso, Ivan Lopes, afirma que, independentemente do resultado das investigações, a queda foi acidental, mesmo que fiquem comprovadas falhas humanas.
“É incontestável que o acidente ocorreu porque a aeronave se chocou com as linhas de transmissão. O que precisa ser esclarecido é por que a aeronave voava tão baixo naquela área —se foi por um problema mecânico ou por uma falha humana”, afirmou.
Depoimentos de dois pilotos ajudam a polícia a compreender o cenário do acidente. Um deles voava no mesmo dia, saindo da cidade de Viçosa, também em Minas, em direção a Caratinga. Ele afirmou que o piloto da aeronave que caiu havia dito via rádio que já estava iniciando o procedimento de pouso.
Segundo este relato, a aeronave deveria pousar no aeroporto de Caratinga dois minutos depois. O depoimento é importante, diz o delegado, pois confirma que até aquele momento não havia sido reportado nenhum problema na aeronave.
Um outro piloto, que estava no aeroporto naquela tarde, afirmou à polícia que viu a aeronave se aproximando do local e foi para a pista acompanhar o pouso.
Ele disse que o piloto se distanciou do padrão que é comum nos pousos naquele aeroporto. Desta forma, a aeronave saiu da zona de proteção, onde todos os obstáculos são sinalizados. Fora dali, é responsabilidade do piloto visualizar qualquer obstáculo.
As investigações já descartaram qualquer espécie de mal súbito do piloto. Também não foram detectadas substâncias psicotrópicas em seu organismo. A polícia descartou ainda problemas meteorológicos.
As investigações só poderão ser concluídas após o laudo do motor da aeronave, que poderá definir se houve alguma falha que interferiu nos planos de pouso. A investigação tem o objetivo de compreender o caso e criar medidas para prevenir futuros acidentes.
Por Isac Godinho