Larissa Manoela relata perrengues e não descarta carreira internacional
Atriz, de 20 anos, estreou o filme "Diários de Intercâmbio", no último dia 18 na Netflix
Larissa Manoela, 20, nunca fez intercâmbio. Por isso mesmo, o filme “Diários de Intercâmbio”, que estreou no último dia 18 na Netflix, foi uma experiência nova para a atriz. “Eu comecei a trabalhar cedo, então fui emendando projetos e não tive esse tempo para um intercâmbio”, conta ela em entrevista à Folha de S.Paulo. “Mas acho que adoraria ter esse tipo de experiência!”
Na produção, ela vive a atrapalhada Bárbara, uma garota que sonha em conhecer o mundo, mas não consegue sair do aeroporto, onde trabalha. Até que ela tem a ideia de ir para os Estados Unidos como au pair (tipo de intercâmbio para garotas que trabalham como babá enquanto estudam) e, de quebra, arrasta a amiga anti-imperialista Taila, vivida por Thati Lopes.
Apesar de não ter vivido algumas das situações pelas quais a personagem passa (“foi muito divertido viver isso na pele da Bárbara”), ela conta que visitar outros países sempre amplia os horizontes. “Eu tenho uma casa na Flórida e amo ficar lá”, lembra.
“Não é a mesma experiência, mas é muito interessante observar e experienciar outra cultura”, avalia. “Isso nos enriquece e nos dá um olhar mais amplo sobre muitas questões.”
Fora do país, ela acaba conseguindo fazer coisas que nem sempre consegue fazer por aqui: “Eu amo viver a vida local, andar pela rua…”. Mesmo quando rolam alguns contratempos, eles não são suficientes para tirar seu bom-humor.
“São aqueles perrengues que a gente ri e leva numa boa, como se perder num lugar e não achar de jeito nenhum um ponto de encontro”, relata.
Falando nisso, as filmagens no exterior -parte do filme foi rodado em Nova York- não assustaram a atriz, que diz que o processo não foi muito diferente dos longas que fez em solo brasileiro. “Tínhamos parte da equipe daqui e outra de lá”, conta. “As pessoas foram muito receptivas.”
Ela diz que não fica pensando no sucesso do filme anterior que ela lançou na plataforma, “Modo Avião” (2020), que foi o filme em língua não inglesa mais visto da Netflix, para não acrescentar uma responsabilidade extra ou gerar comparações. “Não tenho esse peso! Mesmo!”
“O que eu quero é entregar sempre um bom trabalho. Essa é a minha preocupação”, afirma. “Foi assim com ‘Modo Avião’ e com ‘Diários de Intercâmbio’. E estou bem feliz com a repercussão de ‘Diários’. Foi um filme que eu amei fazer e que teve um resultado muito incrível.”
Com o êxito numa plataforma que leva seus trabalhos a mais de 190 países, não seria de se estranhar se ela resolvesse apostar em uma carreira internacional. Seria esse um de seus desejos? “Eu não descarto se surgir uma oportunidade”, diz. “[Mas] eu tenho muitos trabalhos já agendados aqui. Estou muito focada nesses projetos que tenho para fazer!”
A atriz também elogiou os colegas de cena. Com Bruno Montaleone, 25, ela troca beijos no filme. “A gente se conheceu nas primeiras leituras e preparação”, lembra. “O envolvimento dos personagens têm todo um contexto, uma construção… Foram bem tranquila as nossas cenas!”
Já Thati Lopes, 31, que vive sua melhor amiga, a divertiu dentro e fora de cena. “Tivemos um entrosamento logo de cara! E isso, com certeza, dá para ver no filme. Rimos muito juntas.”
A afirmação é corroborada pela colega, que qualifica a relação entre as duas como “um encontro de almas” e declara que Larissa é “generosa, talentosa e muito amiga”. “Admiro mais ainda ela como profissional e a mulher que está se tornando”, conta. “Já quero um próximo [trabalho juntas].”
Lopes diz que também não teve a experiência de fazer intercâmbio na vida real. “Nunca passou pela minha cabeça, porque sempre foi muito fora da minha realidade quando jovem”, lamenta. “Acredito que até os perrengues fazem parte desse processo, onde junto você revê valores, cria senso de responsabilidade, aprimora ou aprende uma nova língua e amizades que constrói.”
Porém, ela também teve algumas experiências no exterior e, como as personagens do filme, pagou alguns micos. “Minha vida é viajar e passar perrengue por conta da língua”, afirma. “Já viajei sozinha e perdi o passaporte dentro do aeroporto. Me expliquei numa mistura de português, espanhol, inglês e uma língua nova que criei na hora, tudo junto com uma mímica horrorosa.”
A atriz diz que gravar no exterior foi uma das melhores experiências da vida dela. Porém, gosta de diversificar os trabalhos e pretende se dividir entre as produções para streaming e para a TV aberta, além do teatro. “Vou ficando nesse looping”, brinca.
Ela compara o tipo de humor non sense dos vídeos do grupo Porta dos Fundos, do qual faz parte desde 2015 e pelo qual ficou famosa em todo o país, com a comédia de situação vivida no filme. “Acho o Porta mais contido do que Taila”, avalia. “E enquanto atriz tudo é tranquilo. Basta entender o registro que o trabalho pede que fazemos!”
Por Vitor Moreno