Lady Gaga fala por que não conheceu socialite que inspirou personagem em ‘Casa Gucci’
No próximo dia 25 de novembro estreia nos cinemas brasileiros o longa "Casa Gucci"
No próximo dia 25 de novembro estreia nos cinemas brasileiros o longa “Casa Gucci”, que narra a história do turbulento relacionamento entre Patrizia Reggiani, 72, e Maurizio Gucci (1948-1995), interpretados por Lady Gaga, 35, e Adam Driver, 38. A atriz e cantora falou sobre a socialite italiana, a quem define como alguém que passou a vida “em modo sobrevivência”.
“Acho que até mesmo a Gucci, como império, foi uma forma de sobrevivência para ela, e uma oportunidade de ser importante. Eu acredito que ela era apaixonada por Maurizio. Creio que ele era apaixonado por ela e pela sua força, mas eu também acredito que, você repara no filme, ela nunca é tão brilhante quanto a Gucci é”, resumiu Gaga em entrevista ao jornalista Hugo Gloss.
A artista completou a visão que tem de Reggiani dizendo que a vê como “excluída, que nunca se encaixa completamente”. “Sempre tem algo um pouco esquisito com ela, sempre tem algo vergonhoso”, disse a cantora, que contou ter trabalhado por quase dez meses na construção da personagem: seis deles antes das filmagens e três meses e meio enquanto o longa era rodado.
“Quando volto para assistir ao filme, noto que todas as coisas que coloquei dentro de mim, minha vida interior, percebo que se realizaram”, recordou Gaga, que falou um pouco mais sobre a visão que tem de Reggiani.
“Você percebe essa barreira entre todas as outras pessoas e ela, quase como se ela estivesse existindo no mundo deles e tentando muito ser a condutora. Todo o poder que ela possui é uma ilusão, porque, instantaneamente, quando os homens dizem ‘não’, eles a descartam e é isso. E… o descarte de mulheres causa dor”, ponderou a artista.
Em março, quando o filme dirigido por Ridley Scott estava sendo rodado na Itália, Reggiani mostrou-se insatisfeita com o fato de Gaga não tê-la procurado. “Todo bom ator deve primeiro conhecer o personagem que vai representar ao vivo”, disse a socialite à Ansa na ocasião.
A cantora explicou que sequer leu o livro homônimo no qual o filme se baseia, por ter sentido que a obra daria a ela opiniões sobre Reggiani que poderia atrapalhá-la. Ela optou, então, por ler notícias, assistir conteúdos e ver exposições sobre o assunto, e, dessa forma, percebeu que “ela mentia muito”.
“Entendi os maneirismas dela e os jeitos que fazia as coisas, até mesmo a forma como piscava muito enquanto falava –após 1995”, disse Gaga, se referindo ao ano no qual ocorreu o assassinato de Maurizio.
“Pensei comigo mesma: ela está tentando gerar um legado para si mesma, de forma que seja lembrada de uma maneira específica. E eu sabia que isso não me ajudaria a construir a juventude dela, e ao construir qualquer coisa antes de 1995, porque ela iria querer que eu a interpretasse da maneira que gostaria, e não para contar a verdade, mas sim para pintá-la bem. Portanto, eu disse ‘vamos ficar longe disso, e deixe-me fazer o máximo de pesquisa possível'”, concluiu Gaga.