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FolhaPress

Justiça manda empresa de criptomoedas tirar propagandas com Tata Werneck do ar

Defendida pelo advogado Ricardo Brajterman, atriz conseguiu decisão contra a Atlas Quantum, investigada na CPI das criptomoedas

Foto: Reprodução/Instagram

Atualmente no ar como a Anely da novela “Terra e Paixão”, a atriz Tata Werneck conseguiu nesta quinta-feira (31) uma decisão no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) contra a Atlas Quantum, empresa de criptomoedas da qual foi garota propaganda em 2018, antes de ser acusada de fraude na atual CPI das criptomoedas.

A ação foi noticiada pelo F5 no último dia 15 e corre no 1º Juizado Especial Cível da Barra da Tijuca. A Atlas é investigada na CPI das criptomoedas por lesar 200 mil clientes com investimentos fraudulentos em bitcoins.

Tata foi contratada há cinco anos, quando a empresa tentava aumentar a sua popularidade no Brasil, juntamente com o ator Cauã Reymond. Na época, não havia nenhuma denúncia sobre problemas relacionados a quem investia na Atlas ou em relação aos retornos financeiros.

Após ser convocada para depor na CPI no início de agosto, os advogados de Tata fizeram uma varredura e descobriram que a Atlas ainda usava peças produzidas anos atrás como se fossem novas, usando da credibilidade da humorista no mercado publicitário.

Segundo documento obtido pela reportagem, Tata assinou contrato em maio de 2018. Na teoria, a Atlas deveria cumprir e retirar toda a sua imagem até 28 de dezembro daquele mesmo ano, sete meses após a assinatura. No entanto, durante todo esse período, a Atlas usou a imagem de Tata para vender seus serviços.

“Quando a autora tomou ciência de que seria convocada para depor em na CPI das criptomoedas por ter sido garota propaganda da Atlas, descobriu que a ré não havia retirado as propagandas de seu perfil no Facebook, mantendo 15 publicações de fotos e vídeos com a imagem, a voz e o nome de Tata Werneck”, diz a petição inicial da ação.

Na decisão desta quinta-feira (31), foi reconhecido pelo desembargador Paulo Roberto Campos que a Atlas fazia um uso indevido de publicidade que deveria ter sido encerrada em 2018, e que Tata é uma vítima da história. “No caso dos autos, mostra-se evidente a violação do direito”, afirma o magistrado em seu despacho.

Para o advogado de Tata, Ricardo Brajterman, ficou claro que humorista foi usada pela Atlas.

“Fica mais forte a posição dela diante da CPI, no sentido de mostrar que ela não teve participação nenhuma no desfalque que a empresa deu em seus clientes anos depois. Ela prova que só era uma prestadora de serviço”, afirma o advogado.

A Justiça deverá intimar a Atlas e o Facebook para a retirada das peças publicitárias com Tata Werneck ainda esta semana. Caso não cumpram o pedido, haverá pagamento de multa de R$ 1 mil. A Atlas não respondeu até a última atualização da reportagem.