Juliette diz que carreira de cantora não foi uma escolha e relata medos

Show aconteceu no Rio de Janeiro, e marca o início de sua turnê, "Caminho"

Onze meses depois de deixar o Big Brother Brasil 21 (Globo) como campeã, Juliette, 32, deu início a uma nova fase em sua carreira, na noite deste sábado (26), com sua primeira apresentação como cantora. O show aconteceu no Rio de Janeiro, e marca o início de sua turnê, “Caminho”.

“Parece que eu estou dentro de um filme. É como se eu assistisse a tudo isso, mas também estivesse vivendo, é um sentimento louco”, afirmou a paraibana em conversa com a imprensa antes de subir ao palco na Qualistage, diante de uma plateia lotada. Elba Ramalho, Chico César, Dani Calabresa, Carla Dias são alguns dos famosos que estavam entre o público.

E Juliette fez bonito. Em cerca de duas horas, cantou 21 músicas, suas e de outros artistas, além de mostrar figurinos exuberantes e bailarinos potentes. Admitiu estar nervosa, apontou seus próprios deslizes, agradeceu o apoio dos fãs e reconheceu que nunca esteve sozinha, como Tiago Liefert disse ao anunciar sua vitória no BBB. Já a plateia cantou, gritou, aplaudiu e não esqueceu o grito “fora, Bolsonaro”.

A preparação de Juliette para esse momento vinha acontecendo desde que ela deixou o reality da Globo, em maio passado, com seu prêmio de R$ 1,5 milhão, quase 24 milhões de seguidores e incontáveis fãs dedicados. Foram aulas de canto, sessões de fonoaudiologia e “tudo que é necessário [para ser cantora] e para que fizesse sentido para mim, que me fizesse feliz”.

Apesar disso, a felicidade não era o único sentimento que Juliette apontava antes de subir ao palco. “Já passei por várias fases. De desespero, de medo, de felicidade, de euforia, de tudo. Agora há pouco estava morrendo de medo, mas já entreguei a Deus, estou tentando ficar nessa sintonia”, afirmava ela.

Segundo Juliete, se ver na posição de celebridade repentinamente foi impactante. “Eu estava muito assustava, se percebe ao comparar a minha voz. Antes, eu cantava para dentro e estava vulnerável, mas agora canto de peito aberto. Ainda tenho medos, mas mudei na coragem e consciência. No resto não”, brinca.

Mas junto aos medos, a popularidade de Juliette também trouxe oportunidades, como a de se tornar cantora, já que a própria artista não se reconhecia como tal. “Eu sempre amei música, mas era algo entre meus amigos, brincando. Quando saí do programa e vi que as pessoas me levaram muito a sério na música, eu me assustei.”

“Comecei a olhar com mais carinho para isso. Como eu continuaria ligada ao meu público? Como eu me sentiria útil e feliz? E a música é o que fazia mais sentido. Quando saí do programa, já tinha um EP semi-pronto e quando comecei a ouvir as músicas elas foram encaixando em mim. Foi mais uma decisão do que uma escolha.

MARÍLIA MENDONÇA

Um dos momentos mais emocionantes da apresentação de Juliette neste sábado foi a homenagem feita à cantora Marília Mendonça, morta em um acidente aéreo em novembro do ano passado. A canção escolhida foi “De Quem é a Culpa”, que a ex-BBB cantou com o público acompanhando em coro.

Curiosamente, Juliette foi escolhida para substituir a sertaneja no projeto Lives Solidárias, criado pelo YouTube Music e que terá o show deste sábado para fechar a primeira parte da iniciativa que a plataforma está tocando em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global da ONU (Organizações das Nações Unidas).

A performance da artista em palco carioca foi gravada e será transmitida posteriormente no canal dela no YouTube –em abril, apesar de a data ainda não ter sido divulgada. O objetivo é dar visibilidade para uma iniciativa da ONU chamada Empoderando Refugiadas, que oferece assistência a mulheres apátridas no Brasil.

A doação dos recursos será efetivada pela plataforma de vídeos. A expectativa é atender mais de mil famílias recém-chegadas ao país, prestando ajuda com documentação e transporte, além de oferecer alimentos e roupas. Racionais, Jota Quest e Dilsinho também já participaram do projeto Lives Solidárias.

“Não poderia fazer mais sentido uma causa como essa. Eu, mulher, nordestina, que enfrentei tanta coisa na vida. Como tudo na minha vida tem um grande propósito, o projeto Lives Solidárias não é à toa, isso traz muito mais sentido à minha trajetória. Não poderia começar de forma mais bonita. Isso me dá ainda mais força”, diz Juliette.

Por Fernanda Pereira Neves 

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