De Caetano e Gil a Luísa Sonza, brasileiros lideram volta dos shows em Portugal
Em outubro é a vez de Roberta Sá e Daniel Jobim, da banda Jota Quest
Com mais de 77% da população completamente imunizada, Portugal, assim como outros países europeus, está retomando os grandes shows e eventos culturais.
Desde que a diminuição progressiva das restrições começou a ser anunciada, o país vive uma enxurrada de confirmações de shows de artistas do Brasil, que tradicionalmente lotam as salas de espetáculos lusitanas.
“No Brasil ainda está muito difícil de fazer show, e as lives acabaram. Como as regras estão diferentes para cada estado, e provavelmente os shows aqui só voltem mesmo em outubro, novembro, ou até mais tarde, Portugal acaba ficando atraente”, diz Juliano Zappia, diretor da Yellow Noises, produtora em Lisboa que organiza shows e turnês por toda a Europa.
A temporada começou em setembro com Caetano Veloso, que esgotou os ingressos para todas as suas sete apresentações em três cidades no país –Lisboa, Guarda e Porto.
Em outubro é a vez de Roberta Sá e Daniel Jobim, da banda Jota Quest, e da turnê “Irmãos”, que junta Seu Jorge e Alexandre Pires. Gilberto Gil, que acaba de anunciar cinco apresentações no país, também começa a digressão em outubro. O show de Lisboa terá participação de Adriana Calcanhotto.
Em novembro, a cantora Marília Mendonça encerra sua turnê europeia com um show na capital portuguesa, já com ingressos quase esgotados. Luísa Sonza, Ana Carolina e a dupla sertaneja João Lucas e Marcelo também já estão confirmados. Outra das adições mais recentes à lista de apresentações marcadas é a do cantor Paulinho Moska, que fará espetáculos de voz e violão em quatro cidades portuguesas em novembro e dezembro.
A opção por apresentações mais intimistas e com equipe reduzida, aliás, tem sido tendência neste momento em que ainda há restrições às viagens internacionais.
“O que está acontecendo agora são shows pequenos. Quem pode está fazendo voz e violão, como o Caetano Veloso e o Paulinho Moska. Nesses casos, dá para fazer com uma equipe menor, viajar com um grupo mais reduzido. Mas já há shows um pouco maiores e mais ambiciosos para o fim deste ano”, diz o produtor Juliano Zappia.
Embora as apresentações já estejam liberadas, Portugal ainda restringe a lotação das casas de show e exige, na hora da entrada, a apresentação de certificado de vacinação completa ou de um teste negativo para a Covid-19.
A expectativa no setor é que, com o fim da quarentena obrigatória para brasileiros na chegada a Portugal e a liberação definitiva para o funcionamento da maior parte das casas noturnas, prevista para o fim do mês, a lista de concertos confirmados cresça ainda mais. Os organismos de promoção turística de Portugal já destacam a presença dos artistas internacionais na oferta cultural do país.
“Os artistas do Brasil têm uma relação especial com Portugal. Recentemente, com a imigração de muitos brasileiros para o norte do país, os artistas também têm incluído cidades da região na agenda de concertos”, diz Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal. “É o caso agora, por exemplo, de Gilberto Gil, que irá se apresentar em Braga e em Vila Real”, acrescenta.
Além da agenda normal de apresentações, Portugal tem ainda edições regulares de três grandes festivais nascidos no Brasil –Rock in Rio e Villa Mix, em Lisboa, e Mimo, em Amarante, no norte.
Atualmente, o calendário de shows reúne apresentações recém-anunciadas e outras que tiveram de ser canceladas por causa da pandemia da Covid-19. É o caso do youtuber e cantor Luccas Neto, que fará em novembro apresentações que haviam sido adiadas devido às restrições sanitárias.
Apesar do otimismo com o cenário, casas de espetáculos e produtoras ainda mostram cautela com a agenda dos próximos meses. “No passado, a Europa também reabriu para shows no verão. No inverno, com o vírus circulando mais, os casos aumentaram e muitas restrições voltaram. Então há sempre o receio de que as coisas possam se alterar também neste ano, especialmente com a questão das novas variantes”, diz o diretor da Yellow Noises.
Por Giuliana Miranda