Corpo de Pedro Paulo Rangel é velado no Theatro Municipal do Rio
Ator encarava uma doença pulmonar desde 2002
O corpo do ator Pedro Paulo Rangel é velado nesta quinta-feira (22), no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro. A cerimônia é aberta ao público e acontece das 10h às 13h. Em seguida, o corpo segue para um cemitério na zona portuária, onde será cremado em cerimônia fechada para amigos e familiares.
O artista morreu na quarta (21), aos 74 anos. Ele estava internado no CTI da Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para tratar de um quadro de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Pedro Paulo Rangel encarava uma doença pulmonar desde 2002. Ele havia sido internado no início do mês de novembro, para tratar do quadro. No último dia 14 de dezembro, a sedação foi suspensa em uma tentativa de extubá-lo. Na ocasião, os médicos afirmavam que o quadro do ator ainda era grave.
RELEMBRE A CARREIRA
Pedro Paulo Rangel nasceu em junho de 1948 no Rio de Janeiro (RJ).
Filho de dois funcionários públicos, descobriu o gosto pelo teatro aos 11 anos, por meio de um vizinho que era ator amador.
Ainda na infância, integrou o elenco da peça infantil “O Bruxo e a Rainha”, onde conheceu o ator Marco Nanini. Mais tarde, os dois estudaram juntos no Conservatório Nacional de Teatro, hoje a escola de teatro da UNIRIO.
Teve sua primeira experiência no teatro na peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, dirigida por Zé Celso, com quem também trabalhou na peça “Galileo Galilei”. Na época, atuou ainda em uma montagem de “Romeu e Julieta” dirigida por Jô Soares.
Em 1969 estreou na televisão pela TV Tupi, na novela “Super Plá”. No ano seguinte, fez a novela “Toninho On The Rocks”, na mesma emissora.
Em 1972, estreou na TV Globo na novela “Bicho do Mato”. Três anos depois, fez história na dramaturgia ao estrelar o primeiro nu masculino da televisão brasileira no papel de Juca Viana, em “Gabriela”.
Ainda em 1975, ganhou seu primeiro papel principal na novela “O Noviço”, que teve apenas 20 episódios.
Na época, atuou ainda em “A Patota”, com o amigo Nanini, “Saramandaia” e “O Pulo do Gato” na Globo. Em 1979, teve uma nova e breve passagem pela Tupi, trabalhando em “Dinheiro Vivo”, novela escrita por Mário Prata.
Pedro Paulo retornou à TV Globo em 1981, atuando por anos nos humorísticos “Viva o Gordo” e “TV Pirata”.
Em 1988, voltou de vez às novelas com “Vale Tudo”. Nos anos seguintes, interpretou personagens marcantes nos folhetins, como o homossexual Adamastor em “Pedra Sobre Pedra” (1992), o Calixto de “O Cravo e a Rosa” (2000) e Argemiro Falcão, irmão da vilã Bia Falcão, em Belíssima (2005).
Entre outras obras de destaque estão as novelas “Torre de Babel” (1998), “Desejo Proibido” (2007), “Amor Eterno Amor” (2012) e as minisséries “A Muralha” (2000), “O Quinto dos Infernos” (2000) e “O Dentista Mascarado” (2013), sua última atuação na Globo.
Em meio aos trabalhos na televisão, Pedro Paulo também se dedicou ao teatro, que lhe rendeu diversos prêmios, e ao cinema.
O ator lutou por 20 anos contra os efeitos da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), causada pelo tabagismo. Isso não fez com que ele parasse de atuar, apesar de ter deixado as novelas em 2012.
“Isso absolutamente não me impede de trabalhar. Eu tomo remédios, tenho uma rotina. Faço fisioterapia”, disse.
Seu último papel foi o de bibliotecário da Imperatriz Leopoldina na série “Independências” (2022), da TV Cultura.