Autora de ‘The Handmaid’s Tale’ é acusada de transfobia nas redes sociais
Margaret Atwood criticou linguagem neutra em termos de gênero
Autora da série “The Handmaid’s Tale”, Margaret Atwood tem sido acusada de transfobia depois que resolveu publicar e repercutir em suas redes sociais um artigo que critica a linguagem neutra em termos de gênero.
No texto compartilhado, a colunista Rosie DiManno afirma que o uso de determinados termos acaba por substituir a palavra ‘mulher’. “Por que não podemos mais dizer ‘mulher’?”, diz o título.
O material, entre outras coisas, relata que se referir a uma pessoa sem determinar seu gênero seria um ‘apagamento das mulheres’, o que torna ‘as pessoas bem-intencionadas sem palavras para que não sejam atacadas como transfóbicas ou de outra forma insensível às construções cada vez mais complexas de gênero’.
DiManno também relata que a palavra mulher correria o risco de se tornar um palavrão e ser riscada do vocabulário oficial e expurgado das conversas.
Apesar de não ter colocado nenhum comentário no compartilhamento, a autora foi atacada. “Você pode dizer com certeza ‘mulher’, mas quando se trata de coisas que não apenas as mulheres têm há termos mais inclusivos e gentis”, disse uma seguidora.
“Está brava, pois essa linguagem está finalmente começando a incluir pessoas como eu. Desapontado com você, mas não chocado”, escreveu outro.
“Não estamos tirando nada de ninguém. Incluir pessoas que não foram incluídas antes e deveriam ser”, escreveu outro seguidor.
A escritora canadense não imaginava que “O Conto da Aia”, livro escrito por ela em 1985, faria tanto sucesso passados 35 anos. Mas ela foi rápida na medida certa ao dar uma sequência para a obra, em 2019. Em julho, assim como seu antecessor, “Os Testamentos” (R$ 54,90, 448 págs., Rocco) esteve entre os mais lidos da Amazon.com, site que serve de referência para todo o mundo.
O sucesso chega bem no momento em que a série de TV baseada no livro, e estrelada por Elisabeth Moss, teve seu desfecho revelado. Até então, o enredo deu conta de narrar a história de June, uma aia (como são chamadas todas aquelas que vivem para a procriação) no centro de um governo teocrático, em que as mulheres perderam seu direito e sua identidade.