Entenda o que quer Larissa Manoela com seu LariCel – Mais Brasília
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Entenda o que quer Larissa Manoela com seu LariCel

Mais de 4.000 brasileiros se comunicam pelo chip da sua própria operadora

Larissa Manoela
Foto: Reprodução/Twitter

Hoje, mais de 4.000 brasileiros se comunicam pelo chip LariCel, da Larissa Manoela, 20, que ganhou a fama com a novela Carrosel. Os clientes, que têm entre 6 e pouco mais de 20 anos, são fãs da atriz. “Talvez os pais também vejam os benefícios da LariCel”, disse Larissa à Folha de S.Paulo. Sua meta é alcançar 100 mil clientes.

Larissa já tinha linhas de perfume, caderno, mochila escolar, calçado, bolsa, entre outros assessórios, quando foi procurada pela Dry Company para fazer seu próprio chip. A Dry é uma uma MVNO, sigla para operadora virtual móvel, numa tradução do inglês. Ela mesma estudou a proposta e avaliou que o negócio de telefonia era uma boa oportunidade.

“Estou por dentro de tudo que eu faço, é algo que leva o meu nome, aí então é importante que eu entenda. Antes de fechar um negócio, eu uso o produto, faço os testes, e vejo se tem a ver comigo e se tem qualidade”, diz Larissa.

Dentro desse espírito, Larissa Manoela gosta de deixar claro que sua atuação vai muito além de garota propaganda para marca. “Eu entro como empreendedora, obviamente não sou formada nessa área, mas estou disposta a aprender com os especialistas”, diz. Ela acompanha, inclusive, o debate em torno da chegada do 5G no Brasil, que pode abrir novas frentes.

O LariCel faz parte das 92 operadoras virtuais móveis do país. A modalidade, aprovada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em 2010, reúne empresas do setor que acrescentam algo além do pacote de telefonia, como benefícios personalizados.

“As pessoas que migram para a LariCel conseguem ter um contato melhor comigo, e queremos o feedback delas”, afirma. “Discutimos a possibilidade de me encontrar, de nos falarmos por telefonema, ou um vídeo de aniversário”.

O sorteiro de uma visita à casa da artista nos Estados Unidos também está no pacote. Nos últimos cinco anos, o número de celulares via MVNO triplicou, saltando de 560,5 mil em 2016 para 1,6 milhão em 2020. Os chips partem de R$ 25 a R$ 75, enquanto uma operadora tradicional pratica preços semelhantes, e até mais caros.

O que diferencia um operador móvel virtual é não possuir uma rede própria, nem frequência, usando redes de outras operadoras, como TIM e Vivo, mas ter a responsabilidade pelo cliente. O MVNO costuma comprar no atacado minutos, SMS e dados, por exemplo. Assim, paga um preço menor em relação ao preço médio do varejo.

A maior parte destas operadoras está conectada à Tim, que entrou no mercado de MVNO em 2011. Entre os contratos com autorizadas estão Datora/Arqia, Surf Telecom (que também são agregadores de operações credenciadas) e AmericaNet. Uma das principais empresas credenciadas que utilizam rede TIM para MVNO são os Correios.

“É uma receita crescente e esperamos que seja cada vez mais significativa. É um caminho importante e complementar porque os MVNOs atendem determinados nichos, e conseguem ser mais próximos desse consumidor do que nós, como uma grande operadora nacional”, diz Paulo Humberto Gouveia, diretor de soluções corporativas da TIM.

Já a Vivo compartilha sua infraestrutura de rede no modelo de MVNO desde 2010, em todas as regiões do Brasil. Segundo a empresa, o modelo oferece uma maior eficiência para players que queiram comercializar um serviço móvel sem a necessidade de um investimento elevado.

“A Vivo aposta na colaboração para ampliar sua oferta de conectividade e contribuir com a digitalização do país”, disse a empresa via nota.

Para o segundo semestre, a companhia já tem previsto o lançamento de mais duas operações MVNO, uma no segmento financeiro e a outra no segmento B2B (empresas que têm como clientes outras emrpesas), ambas com atuações digitais.

“A agregação à uma empresa de grande escala como a Vivo, aumenta as chances de viabilidade do modelo de negócio para entrada dessas empresas no mercado’, diz a Vivo.

O MVNO pode adotar diferentes modelos de negócio, afirma Eduardo Tude, presidente da Teleco (empresa de consultoria do setor). O operador móvel virtual pode atuar como revendedor, colocando sua marca e fazendo a distribuição. Ele também costuma oferecer conteúdo e programas de fidelidade, e é responsável por quase toda a cadeia, exceto a rede e compra de minutos, SMS e dados.

Dentre os MVNO de sucesso estão os de clubes de futebol. A Dry Company, credenciada da Surf Telecom, tem entre seu portfólio o LariCel, o Fala Timão, do Corinthians, e o Tricolor chip, do São Paulo, seu primeiro lançamento. “O atrativo é o torcedor ajudando o time a ganhar dinheiro. Ele também recebe notícias do time e outros benefícios”, diz Tude.

“A nossa ideia é devolver às pessoas que estão conectadas por algum benefício, seja um desconto na compra de um ingresso para uma partida de futebol, seja um encontro com a Larissa Manoela”, diz Tatiane Paez, sócia da Dry Company. A empresa, que começou no fim de 2019, teve como primeiro lançamento o “SPFC Chip”, do São Paulo.

Jorge Bichara, diretor-executivo da MVNO Datora, diz que o país acompanha uma tendência mundial. “Nos Estados Unidos, o MVNO corresponde a 20% do mercado. Já na Europa, o valor chega a 30%”, diz. Segundo ele, o impulso nos últimos é o surgimento de mais MVNOs credenciadas. “É um modelo mais fácil, e as autorizadas começam a fornecer ainda mais para elas”, diz.

Por ser menor, a qualidade do serviço acaba sendo melhor, diz Luiz Henrique Barbosa, presidente da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviço de Telecomunicações Competitivas). “O diferencial fica no atendimento, já que ela não faz um trabalho massivo”, diz Barbosa. “Não é o robozinho que te deixa no call center, é um atendimento mais personalizado”.

Por Amanda Lemos