Saúde e energia renovável podem ser oportunidades em 2022, diz Alfredo Setubal
Ambiente de incerteza em 2022 pode abrir boas oportunidades de negócios para investidores com visão a longo prazo
O presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal, afirmou nesta terça-feira (15/2) que o ambiente de incerteza esperado para o país em 2022, com eleições e crescimento fraco da economia, pode abrir boas oportunidades de negócio para os investidores que têm uma visão de longo prazo.
“A Itaúsa é uma investidora de longo prazo. Crises são sinais de oportunidades. A gente continua bem atento com oportunidades que possam aparecer”, afirmou Setubal, ao comentar os resultados da Itaúsa no quarto trimestre e no ano consolidado de 2021 divulgados na segunda-feira (14/2).
Com participações em empresas como Itaú Unibanco, Alpargatas, Dexco e Aegea Saneamento, a holding Itaúsa reportou lucro líquido recorrente de R$ 12,1 bilhões no ano passado, o que representa um crescimento de 68% na comparação com 2020.
“A gente aqui no Brasil está acostumado com a volatilidade da economia, com a volatilidade da política, isso tudo faz parte. Mas quando você opera em uma perspectiva de longo prazo, isso tudo fica diluído no tempo, o que nos dá tranquilidade de aproveitar este momento para buscar novas alternativas e novos investimentos”, acrescentou o executivo.
Segundo Setubal, negócios na área de saúde e de energias renováveis têm sido avaliados pela Itaúsa.
“Saúde é um setor que gostaríamos de investir, mas o fato é que até hoje tudo que a gente estudou, por diversas razões, acabamos não fazendo o investimento”, afirmou o executivo.
Setubal disse também que segue no radar da Itaúsa a venda da participação detida na XP próxima de 13,5%. Em dezembro, a holding se desfez de uma fatia de 1,39% na plataforma de investimentos, levantando cerca de R$ 1,2 bilhão.
“A Itaúsa continua considerando a XP um investimento não estratégico. E estaremos aguardando oportunidades para que a gente possa eventualmente vender se tivermos um bom uso para esses recursos”, disse o presidente da Itaúsa.
“Temos uma ideia de, ao longo dos próximos anos, conforme as oportunidades apareçam, que a gente vá reduzindo essa participação, mas não temos um cronograma fixo de venda. Vai depender muito da oportunidade que a gente tenha de usar esses recursos de eventuais vendas para novos investimentos, amortização de dívida, distribuição de dividendos e juros sobre o capital”, afirmou Setubal.
Por Lucas Bombana