Em meio à queda das criptomoedas, Nubank investe em Bitcoin
Novidade começou a ser disponibilizada nesta quarta
Em meio ao derretimento no preço das criptomoedas nos mercados internacionais, a fintech Nubank anunciou nesta quarta-feira (11/5) que decidiu investir em Bitcoins.
A empresa digital de serviços financeiros informou que alocou cerca de 1% do capital da controladora Nu Holdings em Bitcoin.
“Esse movimento reforça a convicção da empresa no potencial atual e futuro do Bitcoin na disrupção dos serviços financeiros na região”, diz o Nubank, em comunicado.
Em um ambiente macroeconômico global de pressão inflacionária e de alta dos juros nos mercados desenvolvidos, o Bitcoin tem experimentado uma forte correção nos preços, com queda de cerca de 40% no acumulado do ano.
Junto com o anúncio do aporte, o Nubank informou também que passou a oferecer o serviço de compra e venda das criptomoedas Bitcoin e Ethereum aos seus clientes. A escolha pelas duas se deveu ao fato de ambas estarem entre as mais populares criptomoedas no mercado internacional, de acordo com a fintech.
Segundo o Nubank, os interessados poderão negociar os criptoativos a partir de R$ 1 por meio da plataforma de negociações da fintech.
A oferta é operacionalizada em parceria com a Paxos, provedora de infraestrutura de blockchain, que atua como corretora e realiza a custódia das criptomoedas no app do Nubank.
A novidade começou a ser disponibilizada nesta quarta de forma gradual aos clientes da empresa no Brasil, e a previsão é que a oferta esteja disponível para toda a base até junho.
“Não existem dúvidas que as criptomoedas são uma tendência crescente na América Latina. Temos acompanhado o mercado de perto e acreditamos que existe um potencial transformacional na região”, afirmou David Velez, CEO e fundador do Nubank, em nota.
O Bitcoin marcou queda de cerca de 3% nesta quarta, segundo dados da Bloomberg, negociado em torno dos US$ 30 mil. Foi a sétima sessão seguida de desvalorização do criptoativo.
Ações do Nubank despencam 16% nos EUA Nesta quarta, as ações do Nubank voltaram a despencar na Nyse (Bolsa de Nova York), nos Estados Unidos, com queda de 15,75%, para US$ 3,69, renovando novamente as mínimas históricas desde a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês).
“Aparentemente, o mercado não gostou do anúncio desta quarta”, diz Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research, acrescentando que os investidores podem ter visto na iniciativa certo “desespero” por parte do Nubank na tentativa de rentabilizar a base de clientes.
Desde a abertura de capital, quando teve as ações precificadas a US$ 9, os papéis do Nubank recuam cerca de 60%.
Além de um ambiente de juros mais altos, que aumenta a taxa de desconto com a qual os analistas projetam os ganhos de empresas digitais de tecnologia no longo prazo, o Nubank também enfrenta dificuldades próprias, com questionamentos crescentes entre os investidores sobre a capacidade da fintech de rentabilizar sua base de mais de 50 milhões de clientes, nota Danielle.
“O mercado parece não enxergar mais os próximos passos do Nubank como algo sólido e que vão trazer resultados daqui para frente”, diz a sócia da Nord.
O pacote de remuneração à diretoria da fintech superior a R$ 800 milhões noticiado nos últimos dias contribuiu para colocar uma pressão adicional sobre os números do Nubank, que reporta os dados sobre o primeiro trimestre de 2022 na próxima segunda-feira (16).
O Itaú BBA projeta um prejuízo de R$ 371 milhões para o Nubank no primeiro trimestre do ano. “Resultados fracos e novos fluxos de saída podem causar distorções nos preços das ações nos próximos dias”, disseram os analistas do Itaú BBA em relatório publicado no dia 4 de maio.
Por Lucas Bombana