Dólar cai mais de 1% e vai a R$ 4,72 na abertura desta terça
Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,10%, a R$ 4,7187 na venda
O dólar abriu esta terça-feira (29/3) em forte queda contra o real, acompanhando a fraqueza de seu par no exterior depois que comentários encorajadores de negociadores russos e ucranianos sobre o conflito no Leste Europeu impulsionaram o sentimento global de risco.
Às 9h05 (de Brasília), o dólar à vista recuava 1,10%, a R$ 4,7187 na venda.
Na B3, às 9h05 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,03%, a R$ 4,7245.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em alta de 0,52%, a R$ 4,7714 na venda.
Na véspera, a queda de aproximadamente 10% do preço do petróleo no mercado internacional ditou o ritmo do câmbio e da Bolsa no Brasil.
Um lockdown em Xangai devido ao avanço da Covid-19 na China e a expectativa de novas conversas entre Rússia e Ucrânia criaram a atmosfera para a desvalorização da matéria-prima devido a preocupações sobre redução de demanda por paralisações nas cadeias de suprimentos em um remoto cenário de aumento da oferta russa em caso de um cessar-fogo.
Ao lado dos juros altos, o setor de commodities é um grande atrativo do Brasil para os dólares de investidores estrangeiros.
O Ibovespa fechou a segunda-feira (28) em queda de 0,29%, a 118.737 pontos. A estatal Petrobras perdeu de 2,17% nas suas ações mais negociadas e, com isso, foi a principal responsável pela baixa do índice de referência da Bolsa após oito pregões no azul.
No final da sessão, o mercado também passou a digerir a demissão do presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, após uma série de desgastes com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão do mega-aumento dos preços nos combustíveis.
Refletindo esse cenário de baixa na Bolsa, o dólar fechou em alta de 0,56%, subindo a R$ 4,7740. A moeda americana teve a primeira alta após as oito quedas consecutivas que a tinham colocado na menor cotação desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.
Nesta terça, o mercado estará atento às restrições impostas pela China à circulação de pessoas em Xangai, cidade com 25 milhões de habitantes. O lockdown, anunciado no domingo (27), está previsto para durar nove dias.
Uma paralisação severa na China reaviva o temor de que o avanço da Covid-19 possa criar transtornos à cadeia global de suprimentos.
Além disso, também há preocupação no mercado de petróleo com uma eventual ampliação da oferta, hoje ameaçada pelas restrições impostas à produção da Rússia. Barreiras que poderiam cair ou ser amenizadas em caso de um cessar-fogo na guerra da Ucrânia.
Ucrânia e Rússia se preparam para as primeiras negociações de paz a serem feitas de forma presencial em mais de duas semanas, que devem ocorrer a partir desta terça-feira (29/3) na Turquia. Autoridades ucranianas disseram, porém, que não há expectativas de um grande avanço.
O fato de a próxima rodada de negociações ocorrer presencialmente, no entanto, pela primeira vez desde uma reunião tensa entre ministros das Relações Exteriores dos dois países em 10 de março, sinaliza uma mudança de tom, à medida que a Rússia tem encontrado dificuldade em avançar e ganhar território.