Bolsa sobe após IPCA-15 abaixo do esperado e tem 5ª alta seguida – Mais Brasília
FolhaPress

Bolsa sobe após IPCA-15 abaixo do esperado e tem 5ª alta seguida

O índice de ações Ibovespa fechou com alta de 1,99%, aos 109.697 pontos, com alta acumulada de 6,6% na semana e de 4,6% no ano

Bolsa de Valores/Foto: Reprodução/Pixabay

A Bolsa de Valores brasileira operou em alta firme ao longo de toda a sessão nesta sexta-feira (23), encerrando o dia com ganhos de quase 2%, o que representou o quinto pregão seguido no campo positivo.
O índice de ações Ibovespa fechou com alta de 1,99%, aos 109.697 pontos, com alta acumulada de 6,6% na semana e de 4,6% no ano.

Dados de inflação referentes ao IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) abaixo das expectativas contribuíram para o movimento.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a inflação medida pelo índice subiu 0,52% em dezembro, encerrando 2022 com avanço acumulado de 5,90%. Analistas esperavam uma alta de 0,54% no mês e de 5,93% no ano.

Uma inflação menor do que a prevista contribui para a queda nas taxas dos títulos no mercado de juros futuros, pela percepção dos agentes financeiros de que o BC (Banco Central) poderá iniciar uma redução da taxa Selic diante de uma pressão inflacionária declinante.

O título de juros futuros com vencimento em 2024 recuou de 13,66% no fechamento anterior para 13,46%, enquanto o contrato para 2026 cedia de 12,99% para 12,85%.

A queda dos juros, por sua vez, contribui para a alta destacada nesta sexta das ações das empresas de consumo e varejo, que foram as que mais sofreram nas últimas semanas, quando as discussões em Brasília acerca da política fiscal a partir de 2023 levaram a uma forte abertura das taxas.

Entre as maiores altas do dia, as ações das Lojas Renner avançaram 5,9%, as da Arezzo avançaram 5% e as da Alpargatas, 4,9%.
No câmbio, o dólar à vista acompanhou o dia de redução da aversão ao risco entre os investidores e recuou 0,36%, a R$ 5,166 na venda, com queda semanal de 2,4% e de 7,5% no ano.

Na véspera, a moeda americana já havia fechado em baixa de 0,36%, com o mercado digerindo a tramitação da PEC da Gastança em Brasília, aprovada na noite de quarta-feira (21) em uma versão desidratada no Senado.
Nomeações de ministros do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, bem como de membros da equipe econômica pelo futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também seguiram no radar do mercado.

“Brasília ficou no radar, com os agentes monitorando a formação da equipe ministerial do governo eleito e sem sinais efetivos de ajustes das contas públicas futuras”, disse João Frota Salles, analista da Senso Investimentos, acrescentando que impediu uma alta mais acentuada da Bolsa o desempenho de ações de siderúrgicas e da Vale, na esteira de incertezas relacionadas à economia chinesa com o aumento nos casos de Covid no gigante asiático por conta da reabertura econômica.

Nas Bolsas dos Estados Unidos, os principais índices de ações operavam em alta, após dados sobre a economia americana indicarem uma desaceleração da inflação, reforçando a percepção do mercado de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) não terá de ser tão agressivo na alta de juros.

O S&P 500 teve valorização de 0,59%, o Nasdaq avançou 0,21% e o Dow Jones subiu 0,53%.
O índice de preços PCE subiu 0,1% no mês passado, depois de avançar 0,4% em outubro. Nos 12 meses até novembro, o índice de acumulou alta de 5,5%, de 6,1% em outubro.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice PCE avançou 0,2%, depois de subir 0,3% em outubro. O chamado núcleo do PCE subiu 4,7% na base anual em novembro, de 5,0% em outubro.

O Fed acompanha o PCE para definir a política monetária. Na semana passada, o BC americano aumentou sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual, para uma faixa de 4,25% a 4,50%, a mais alta desde o final de 2007. As autoridades do Fed preveem que a taxa aumente para entre 5,00% e 5,25% no próximo ano, um nível que poderá ser mantido por algum tempo.

Por Lucas Bombana