Bolsa sobe apoiada por ações da Petrobras; dólar volta a ultrapassar os R$ 4,90
A Petrobras divulgou nesta terça sua nova política
A Bolsa brasileira registra alta no início da tarde desta terça-feira (16) impulsionada pelas ações da Petrobras, após a estatal ter anunciado o fim da paridade de importação sem sua política de preços dos combustíveis. O dólar também sobe e voltou a superar os R$ 4,90.
Às 13h20, o Ibovespa subia 0,09%, a 109.123 pontos. O dólar subia 0,71%, a R$ 4,925, corrigindo perdas registradas na véspera, quando fechou no menor nível em quase um ano.
A Petrobras divulgou nesta terça sua nova política de preços de combustíveis, em substituição à PPI (paridade de importação), que definia reajustes da gasolina e do diesel com base em simulações sobre o custo de importação dos produtos.
O novo modelo deixa de considerar o custo de importação e mira a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos, como já vinha sinalizando o presidente da estatal, Jean Paul Prates.
Após o anúncio, as ações da petroleira chegaram a subir 5% e seguem em alta. A avaliação do mercado é de que a mudança já era esperada e não representou alterações drásticas na empresa, aliviando o receio sobre possíveis interferências do governo na empresa.
“A Petrobras segue com uma política de mercado e entendemos que a reação deve ser positiva, uma vez que havia muita desconfiança pairando sobre esse anúncio”, disse o analista Frederico Nobre, da Warren Rena.
“O preço dos combustíveis deve cair alguns centavos nas refinarias, mas muito pouco mudou em comparação ao que o mercado esperava de interferência. Nada sobre a Lei das Estatais ou o estatuto social da Petrobras foi alterado. Parece mais uma mensagem do governo de que está fazendo algo sobre o preço dos combustíveis do que uma mudança efetiva”, afirmou Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos.
As ações preferenciais da Petrobras, que eram as mais negociadas da sessão, subiam 3,39%. As ordinárias tinham alta de 2,76%.
Pesavam contra o Ibovespa, porém, as ações da Vale, que tinham queda de 0,89%, e da Magalu, que caíam quase 16% após a empresa ter reportado prejuízo no primeiro trimestre.
Já os mercados futuros continuam registrando alta no Brasil. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 iam de 13,30% para 13,31%. Os para 2025 saíam de 11,67% para 11,70%, e os para 2026 subiam de 11,12% para 11,20%.
Nos Estados Unidos, o mercado lida com dados econômicos mistos, resultados fracos e incertezas contínuas sobre as negociações do teto da dívida dos Estados Unidos, que mantinham os compradores de ações afastados.
O presidente norte-americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, vão se reunir com o objetivo de chegar a um acordo para aumentar o limite da dívida dos EUA e evitar um calote catastrófico.
Enquanto isso, resultados decepcionantes da Home Depot , combinados com dados de vendas no varejo mais fracos do que o esperado, sugerem que os gastos do consumidor estão perdendo algum ímpeto à medida que a política monetária restritiva reduz a demanda.
Com isso, o Dow Jones e o S&P 500 tinham queda de 0,59% e 0,54%, respectivamente. O Nasdaq, porém, subia 0,21%.