Bolsa avança com apoio de Vale e Petrobras; dólar tem leve queda – Mais Brasília
FolhaPress

Bolsa avança com apoio de Vale e Petrobras; dólar tem leve queda

Agora, investidores aguardam definições sobre o futuro do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates

Bolsa de valores
Foto: Reprodução

A Bolsa brasileira operava em alta na manhã desta segunda-feira (8) apoiada por avanços da Vale, em dia de alta do minério de ferro no exterior, e da Petrobras, que segue sob os holofotes em meio a uma crise de comando.

Na tarde desta segunda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), que já havia sido convocado pelo chefe do Executivo na noite de domingo (7) para discutir a sucessão da Petrobras. O encontro do fim de semana, no entanto, foi cancelado.

Agora, investidores aguardam definições sobre o futuro do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Rumores envolvendo a demissão de Prates ganharam força após entrevista à Folha do ministro de Minas que admitiu haver conflito entre o seu papel e o do presidente da empresa.

No câmbio, o dólar começou a sessão instável, mas engatou leve queda, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos que podem oferecer pistas sobre o futuro da política de juros do país.

Operadores destacavam, no entanto, que o viés predominante para o dia deve ser de alta, em linha com o movimento dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos, os chamados “treasuries”.

“A cautela com o cenário inflacionário internacional leva à alta dos juros, com a taxa de dois anos americana rompendo a média (móvel) de 200 dias e atingindo as máximas desde novembro de 2023”, destacou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

Os rendimentos de treasuries de vencimentos mais longos, como os de 10 e 30 anos, também rondavam os níveis mais altos desde o final do ano passado, em meio a expectativas por dados de inflação ao consumidor dos EUA de quarta-feira.

O dado deve mostrar um aumento na inflação geral para 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, de 3,2% em fevereiro, segundo economistas consultados pela Reuters.

As chances de um primeiro corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed (Federal Reserve, banco central americano) em junho eram calculadas em 46%, abaixo dos 51% de sexta-feira, mostravam dados do CME Group, depois que dados recentes reforçaram a percepção de uma economia norte-americana resiliente.

“Dados mais fortes dos EUA e preços do petróleo mais elevados sugerem que os rendimentos dos EUA ainda podem oferecer vantagens, embora acreditemos que a Fed responderá mais ao dado de inflação desta semana do que aos fortes números de empregos não agrícolas”, disse o Citi em nota, acrescentando que a evolução dos preços do petróleo e de alimentos é um obstáculo para a desinflação dos mercados emergentes -o que pode levar a cautela no afrouxamento monetário.

Ainda assim, o banco disse que continua vendo ambiente favorável a divisas latino americanas de alto rendimento.
Borsoi, da Nova Futura, também chamou a atenção nesta segunda-feira para o forte avanço dos contratos futuros do minério de ferro, impulsionados pela esperança de possíveis medidas para reforçar o fraco setor siderúrgico na China e pelas expectativas de uma onda de reabastecimento pós-feriado por parte das siderúrgicas do país.
O real é muito sensível às oscilações dessa commodity, uma vez que é chave na pauta de exportação nacional.