Bolsa atinge mínima em um ano e barreira dos 100 mil pontos fica ameaçada
Analistas apontam cenário de incerteza fiscal e piora de perspectivas econômicas
A Bolsa de Valores brasileira caiu 1,39% nesta quarta-feira (17), a 102.948 pontos, a mais baixa desde novembro do ano passado. O dólar subiu 0,49%, a R$ 5,5260.
O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário do país, acumulou três quedas consecutivas e uma baixa de 4,32% deste a última quinta-feira (11). Analistas apontam o cenário de incerteza fiscal e a piora das perspectivas econômicas como as principais causas da deterioração.
Neste pregão, outros fatores ainda pioraram o desempenho do índice, com destaque para desvalorizações no setor de commodities e um cenário de maior aversão ao risco no exterior.
Para Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, o mercado passa a considerar mais seriamente que o país ruma para um cenário de certo descontrole fiscal, o que pode até mesmo levar o Ibovespa a cair abaixo dos 100 mil pontos.
“O Ibovespa encontrou essa região mínima dos 103 mil pontos em 22 de outubro e, se o rompimento dessa barreira se consolidar, os movimentos de queda podem ocorrer de forma mais expressiva”, disse Oliveira.
A tensão envolvendo o risco fiscal do país persiste enquanto há dúvidas sobre a aprovação no Senado da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios.
A PEC, que autoriza o presidente de Jair Bolsonaro (sem partido) a furar o teto de gastos e dar um calote nas dívidas judiciais da União em 2022, é aceita pelo mercado como uma saída para que o governo consiga pagar o Auxílio Brasil e, assim, possa fechar o Orçamento do próximo ano.
O petróleo Brent recuou 2,73%, a US$ 80,18% (R$ 440,88).
Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,58%, 0,26% e 0,33%.