Bolsa abre em queda na volta do Carnaval – Mais Brasília
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Bolsa abre em queda na volta do Carnaval

Por volta de 13h32, o Ibovespa recuava 0,38%, a 127.530 pontos. Já o dólar apresentava leve valorização de 0,09%, a R$ 4,9655

Bolsa de valores
Foto: Reprodução

A Bolsa de Valores abriu em forte queda nesta quarta-feira de Cinzas (14). Na volta do Carnaval, o pregão que começou às 13h reflete as flutuações do mercado internacional de segunda (12) e terça (13), quando os principais índices globais tiveram forte queda com uma inflação maior do que o esperado nos Estados Unidos.

Por volta de 13h32, o Ibovespa recuava 0,38%, a 127.530 pontos. Já o dólar apresentava leve valorização de 0,09%, a R$ 4,9655.

Na terça (13), o governo americano divulgou que o CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) desacelerou para 3,1% em janeiro, uma queda menor do que o esperado -economistas consultados pela Bloomberg previam 2,9%.

Na comparação com dezembro, o avanço mensal subiu 0,1 ponto percentual para 0,4%, o maior desde setembro.
A surpresa negativa abalou investidores, que previam o início do ciclo corte nos juros americanos em maio. Com a inflação mais forte que o esperado, as apostas migraram para junho.

Enquanto o mercado brasileiro estava fechado pelo Carnaval, as ADRs (recibos de ações) brasileiras negociadas nas Bolsas dos EUA acompanharam o viés negativo.

O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, com as 20 principais companhias brasileiras, cedeu 2,60% ontem. Já o EWZ, principal ETF (fundo de índice) que replica ações brasileiras, recuou 2,89%.
As ADRs de Petrobras e Vale, por sua vez, se desvalorizam 1,89% e 1,94%, respectivamente.

Como os mercados emergentes são mais arriscados, eles tendem a sofrer mais em momentos de aversão a risco, como o registrado na terça.

Hoje, o mercado local absorve essas oscilações, enquanto o mercado americano já se recupera.
Na véspera o índice acionário S&P 500 recuou 1,37% e o Dow Jones, 1,35%. O Nasdaq caiu 1,80%.

Nesta quarta, o S&P 500 subia 0,42% e o Dow Jones, 0,13%. Já o Nasdaq tinha ganhos de 0,53%, impulsionado pelas big techs.
Pela manhã, a Nvidia ultrapassou a capitalização do mercado de ações da Alphabet, empresa-mãe do Google, dias antes de a empresa divulgar seus resultados do quarto trimestre. Suas ações subiam 1,8%.

Outras ações de megacapitalização sensíveis aos juros, Meta e Nvidia e outras ações de chips, como Advanced Micro Devices e Qualcomm, ganhavam entre 1,6% e 2,2%.
Os índices de Wall Street haviam caído para mínimas em mais de uma semana na terça. O Dow Jones registrou seu pior dia em 11 meses.

Juros mais altos por mais tempo fortalecem o dólar, deixando os treasuries (títulos do Tesouro americano), considerados o investimento mais seguro do mundo, mais vantajosos. Já a renda variável continua pressionada, com o alto custo de capital impactando as companhias.

O núcleo do CPI, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, foi de 3,9% em janeiro, em linha com o mês anterior, mas acima da projeção de 3,7%. Puxaram o índice os setores de habitação e saúde -os serviços médicos não entram no cálculo do PCE (índice de despesas de consumo pessoal), utilizado pelo Fed (Banco Central dos EUA).

A próxima decisão de política monetária do Fed será em 20 de março, na qual também serão divulgadas as projeções dos membros da autoridade monetária para as taxas de juros, inflação e desemprego.
Atualmente, os juros no país estão no maior nível desde 2001, na faixa de 5,25% a 5,5%.

No mês passado, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que espera cortar as taxas de juros três vezes este ano, mas sinalizou que é improvável que comece a fazê-lo até que mais progresso seja feito em relação à sua meta de inflação de 2%.

Na segunda (12), 52,2% das apostas em relação à taxa de juros americana eram de corte de 0,25 ponto percentual em maio. No pregão de terça, esse percentual caiu para 35,2%. A maioria (52,8%), agora, espera que o ciclo de cortes se inicie em junho.

Há, porém, uma minoria mais conservadora que só vê uma redução nas taxas no segundo semestre.
Com a mudança de perspectivas, o rendimento do treasury de dois anos foi à máxima de dois meses na terça, a 5,52%, com uma alta de 0,01 ponto percentual em relação à véspera.
Já o rendimento de título de dez anos pulou de 4,17% na segunda, para 4,31% na terça.
O dólar, por sua vez, subiu 0,68%, ante as principais moedas globais.