Primeira série portuguesa da Netflix, ‘Glória’ é thriller de espionagem que combina Guerra Fria e história lusa
Trama se passa na cidadezinha de Glória do Ribatejo, em 1968
Primeira série original portuguesa na Netflix, “Glória” estreou na plataforma de streaming na última sexta-feira (5). A produção é um thriller de espionagem ambientado na Guerra Fria, mas que adiciona muitos elementos da história de Portugal à clássica disputa entre americanos e soviéticos.
A trama se passa na cidadezinha de Glória do Ribatejo em 1968, quando a ditadura do Estado Novo, comandada com mãos de ferro por António de Oliveira Salazar, já dava sinais de declínio.
O protagonista da história é o engenheiro João Vidal (Miguel Nunes), filho de um alto dirigente do regime salazarista. Após combater na guerra colonial portuguesa em Angola, o jovem acaba recrutado pela KGB, o serviço secreto da União Soviética.
De volta a Portugal, o personagem vai trabalhar em um centro de transmissão de rádio operado por oficiais dos Estados Unidos em solo português. É a partir de lá que os americanos transmitem propaganda ocidental para países sob a cortina de ferro soviética.
A Rádio Retransmissão (Raret) de fato existiu em Portugal na Guerra Fria, e até hoje suas operações têm uma componente de mistério para muitos portugueses.
Além da disputa entre KGB e CIA, a trama aborda vários elementos da realidade portuguesa da época, como o horror da guerra colonial, com o alistamento compulsório de milhares de jovens, e a brutalidade da Pide, a polícia política do regime de Salazar.
Com direção de Tiago Guedes e argumento de Pedro Lopes, a primeira temporada tem dez episódios. “Glória” é uma coprodução com a SPi e da RTP, a emissora pública de Portugal, que também irá transmitir a série no futuro.
A Netflix disponibiliza a opção de legendas em português do Brasil.
Por Giuliana Miranda