Festival de grafite leva cores para a biblioteca pública do Itapoã, no DF
Encontro reuniu grafiteiros de várias cidades que deixaram suas obras e nomes no espaço público
A integração da cultura e das artes nos espaços públicos urbanos desempenha um papel importante na formação da imagem e da identidade de uma cidade. No último fim de semana, grafiteiros de várias cidades participaram do Festival Literalmente, que reuniu arte, música, poesia e hip-hop num movimento para grafitar a Biblioteca Comunitária do Itapoã. O evento fez parte das comemorações do aniversário de 18 anos da cidade.
Os grafiteiros Gabriela Maria e Rafael Nascimento integram o grupo Irmãos Graffiti Crew e foram os idealizadores do festival, pensado como uma forma de divulgar a biblioteca comunitária da cidade.
“Muitas pessoas não sabem da existência desse espaço tão importante para a nossa comunidade. E a arte cria uma sensação de pertencimento do lugar. É bem melhor uma parede com cores e formas do que uma parede cinza”, comentou a grafiteira.
Localizada na quadra 61 do Del Lago, a biblioteca ganhou cores e desenhos na fachada e laterais. Os artistas também deixaram sua marca nos muros da Escola Classe 01 do Itapoã e em casas próximas ao espaço. No total, cerca de 55 artistas participaram do projeto. As intervenções tiveram tema livre e os grafiteiros puderam soltar a criatividade por meio de figuras, letras, personagens e outras formas.
“O grupo Irmãos Graffiti disponibilizou algumas latas de tinta spray, mas os participantes trouxeram o próprio material para dar vida ao espaço e ficamos muito felizes com o resultado”, afirmou Gabriela.
O grafiteiro Pake Tattoo veio de Sobradinho II para retratar sua arte neste trabalho. “Eu comecei no grafite por meio de projetos sociais e hoje é uma das minhas profissões. Foi gratificante estar aqui e que isso sirva para que ocorram mais iniciativas como essa, pois é preciso reconhecer que o grafite é, na verdade, uma representação visual da identidade de alguém e também é potencialmente o ponto de partida para uma carreira artística muito significativa”, afirmou Pake.
Para o administrador do Itapoã, Dilson Bulhões, o movimento do grafite tem conquistado seu espaço em Brasília.
“O grupo Irmãos Graffiti tem que receber todos os méritos porque realizou o projeto de forma voluntária. Quando valorizamos a arte de rua, podemos nos envolver com ela como uma comunidade, e ajudar a transformá-la em algo belo. Ficamos muito felizes em poder ajudar e vamos apoiar mais eventos como esse”, destacou Bulhões.
A alegria e a energia visual do grafite também fazem parte do dia a dia de quem passa pela Avenida do Murão. São 518 metros de muro grafitados com diversos temas em projeto também idealizado pelos Irmãos Graffiti, em parceria com a Administração do Itapoã e empresários locais, que ajudaram com a aquisição de tintas, sprays e lanches durante os mutirões.
“Com muita criatividade, os grafiteiros transformaram a Avenida do Murão em uma obra-prima, causando admiração por quem passa pelo local”, concluiu o administrador da cidade.