Biblioteca Nacional de Brasília apresenta exposição ‘Poema em Cartaz’ a partir desta quarta (20)
Mostra em homenagem ao aniversário de Brasília reúne obras em formato de placa de sinalização
A poesia pode ajudar as pessoas a encontrarem seus caminhos? A exposição Poema em Cartaz, aberta ao público a partir desta quarta-feira (20/4), na Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), sugere que sim.
A mostra, uma homenagem ao aniversário de 62 anos da capital federal, traz poemas de 13 escritores e escritoras da cena candanga (dois poemas de cada um).
Os textos ganharam programação visual inspirada nas placas de sinalização de trânsito da cidade, uma das marcas de Brasília.
O curador da exposição, Newton Lima, pedagogo de formação e servidor lotado na BNB, fez um levantamento dos poetas cujos trabalhos dialogam com a capital e teve que limitar o número de escolhidos em razão do espaço para afixar os cartazes, no segundo andar da BNB.
“A pesquisa ficou interessante e com o jeito da cidade”, avalia.
Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, “a poesia não tem forma nem suporte. Ao ocupar as placas de sinalização, voa para outras formas de apreciação.”
O professor de arte e designer gráfico Aloísio Lima conta como surgiu a inspiração para o projeto dos cartazes.
“Poderia ilustrar cada poema com as próprias referências textuais nas obras, mas decidi ir por um caminho mais conceitual e trazer algo mais gráfico que ilustrativo, homenageando a cidade.”
Aloísio se lembrou, então, da sinalização de trânsito da capital, sobretudo os totens criados em 1976 pelo arquiteto e designer Danilo Barbosa, formado na Universidade de Brasília (UnB), que obtiveram em 2012 o reconhecimento internacional, passando a fazer parte do acervo permanente de arquitetura e design do Museu de Arte Moderna (MoMA), de Nova York.
“Ficou óbvia a relação entre a estética proposta pelo design nas placas da cidade e os poemas que desenham visualidades locais muito características de Brasília”, acredita o autor da programação visual da mostra.
“Poema em Cartaz veio da ideia de propiciar ao leitor uma experiência visual de imagens, típica do momento atual. A velocidade tecnológica no mundo funciona por meio de imagens e sinais. Nos anos 1980, foi comum também levar a poesia para os cartazes por meio da serigrafia”, complementa o curador.
A mineira Basilina Pereira, que reside em Brasília desde 1983, teve dois poemas escolhidos para a mostra. Além de poeta, é professora aposentada e advogada.
Com três filhas e quatro netos, intitulou seus textos de Brasília, Minha Casa e Meu Lugar.
“Foi difícil amar Brasília, confesso./Seu jeito de princesa pós-moderna,/tão longe da minha pequena cidade!”, declama o primeiro poema.
“Meu processo criativo é bem natural. Quando me sento para escrever, parece que uma janela se abre. São momentos em que a palavra colore meus horizontes e eu vou mesclando a realidade com a ficção. Para mim, a poesia é isso: encantamento”, descreve ela.
A exposição fica aberta até 31 de julho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, e sábado e domingo, das 8h às 14h.
Mais informações pelo telefone (61) 3325-6257 ou pelo e-mail bnb@cultura.df.gov.br.