UCB vai apurar situação de capivaras do Lago Paranoá
Do Mais Brasília

Universidade Católica de Brasília vai apurar situação de capivaras do Lago Paranoá

Informação foi anunciada pelo secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, na manhã desta terça-feira (1º/6). Pesquisa vai ter duração de 12 meses

Capivaras no Lago Paranoá, em Brasília
Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

O secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema), Sarney Filho, anunciou, na manhã desta terça-feira (1º/6), que as capivaras do Lago Paranoá serão tema de um estudo científico que será desenvolvido pela Universidade Católica de Brasília (UCB), com recursos do Fundo Único do Meio Ambiente (Funam).  O trabalho tem duração prevista de 12 meses.

A pesquisa tem como objetivo estimar, por meio de censos e avaliação da qualidade do habitat, a variação do números de capivaras e condições gerais de vida, para subsidiar políticas públicas e reduzir conflitos com a população humana. Segundo a pasta, o estudo terá foco especial na divulgação de informações e resultados de campanhas de educação ambiental.

De acordo com Sarney Filho, a iniciativa vai possibilitar que a população de capivaras seja mensurada, com levantamento das condições aparentes de saúde e identificação dos locais de maior incidência da espécie. “Além disso, serão identificados os locais de maior ocorrência de carrapatos na orla do Lago”, relata o secretário.

“Para tanto, a pesquisa vai utilizar dados de estudos anteriores para informações correlatas referentes à saúde, riscos de zoonoses e densidade populacional para fins de comparação”, disse o titular da pasta.

Monitoramento

O trabalho, que fornecerá subsídios para uma política de manejo e monitoramento, será coordenado pela professora da UCB Helga Correa, doutora em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB), e pelo pesquisador voluntário José Roberto de Alencar Moreira, doutor em Reprodução e Manejo de Capivaras pela Universidade de Oxford.

O pró-reitor da UCB, Edson Cortez Souza, destaca a importância da parceria entre a academia e o setor público. “Esperamos que os pesquisadores possam voltar com um bom diagnóstico e com prospecção de ações que possam ser executadas com o que chamamos de atividades de extensão, uma prática que faz parte do DNA da universidade”, afirma.

Veja abaixo os objetivos principais do estudo:

  • Estimativa do tamanho e variação populacional de capivaras na orla do Lago Paranoá ao longo de um ano e em comparação com levantamentos prévios, subsidiando a tomada de decisão em relação a políticas públicas futuras;
  • Identificação de locais preferenciais de ocorrência de grupos de capivaras, associando com o tipo de uso e cobertura do solo em 100% da orla do Lago Paranoá;
  • Identificação de áreas com maior ocorrência de carrapatos e verificação da necessidade de um manejo de vetores;
  • Produção de um sumário executivo consolidando os principais resultados em um leque de decisões que contenha os indicadores e as ações de manejo necessárias em cada caso;
  • Desenvolvimento de ação educativa ambiental geral sobre a espécie e seus hábitos de vida e noções de boa convivência com a fauna silvestre;
  • Divulgação de informações produzidas pelo estudo por meio de materiais educativos;
  • Produção de textos científicos (artigos, ensaios, propostas de aulas práticas);
  • Interação, em caráter de educação ambiental, com administrações regionais e projetos do GDF, como o Parque Educador.

Estimativas anteriores

Um levantamento sobre a população de capivaras, realizado entre agosto e dezembro de 2000, identificou a densidade de 0,75 animais/km linear na Área de Preservação Permanente (APP), do Lago Paranoá.

Em 2017, estudantes do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) desenvolveram um projeto de pesquisa para quantificar e georreferenciar os registros de capivaras na região do Lago. Os resultados preliminares do estudo indicaram 395 indivíduos ao longo da orla, identificados em 22 pontos.

Nos braços que compõem a margem sul da região, foram mapeados 14 pontos e 298 indivíduos. Nos braços da margem norte do Lago Paranoá, foram mapeados oito pontos e 97 indivíduos, sendo 238 adultos e 157 filhotes. Um diagnóstico detalhado e contínuo permitirá avaliar se existe uma superpopulação dessa espécie na orla do Lago Paranoá.