Tragédia evitada: PCDF evitou ataque similar ao que já aconteceu em várias escolas no Brasil

Tiroteios e ataques com faca deixaram mortos e feridos, dentre alunos e professores

O trabalho de inteligência e investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) neutralizou o que poderia se tornar uma tragédia, ao prender, nesta sexta-feira (21/05), uma jovem suspeita de planejar um atentado a uma unidade de ensino no Recanto das Emas.

A Operação Shield foi deflagrada com apoio da Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos da América (EUA). Depois de receber o relatório com ameaças em potencial, as investigações da PCDF levaram a Justiça a expedir um mandado de busca e apreensão, cumprido nesta sexta-feira (21/05). De acordo com a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), a suspeita confessou e, em sua residência, foram encontradas máscaras, celulares, equipamentos e armas que eram utilizadas para praticar.

O delegado-adjunto da DRCC, Dário de Freitas, destaca que a cooperação policial internacional foi fundamental na neutralização de uma tragédia. “Trata-se de um excelente exemplo de colaboração entre os países envolvidos (EUA e Brasil), o Laboratório de Inteligência Cibernética (SEOPI) e a PCDF”, afirmou o delegado.

Escolas brasileiras sofreram com pelo menos 11 episódios violentos nos últimos anos. Tanto tiroteios com armas de fogo, como o que aconteceu no estado vizinho ao DF, em Goiânia, como ataques com faca, a exemplo da tragédia mais recente, que ocorreu neste ano em Saudades (SC).

No dia 4 deste mês, um jovem de 18 anos invadiu uma creche no Oeste de Santa Catarina com uma adaga e matou três crianças, uma professora e uma agente de saúde. Após o atentado, ele foi preso pela Polícia Civil em Saudades.

Relembre as tragédias em escolas no Brasil:

  • Suzano (SP) – Dois adolescentes encapuzados mataram ao menos dez pessoas dentro da Escola Estadual Raul Brasil, em 2019. Eles cometeram suicídio em seguida, segundo a polícia. Cinco das vítimas eram estudantes, outra era funcionário da escola.
  • Medianeira (PR) – Em setembro de 2018, no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no oeste do Paraná, um jovem de 15 anos entrou armado e atirou contra colegas de classe. Dois alunos, um de 15 e outro de 18 anos, ficaram feridos. Dois adolescentes foram apreendidos.
  • Goiânia (GO) – Outro jovem, de 14 anos de idade, matou dois colegas e feriu outros quatro, em outubro de 2017, em Goiânia. O jovem utilizou uma pistola da mãe, que assim como o pai é policial militar. Segundo a Polícia Civil, na época, o adolescente foi motivado por bullying.
  • Janaúba (MG) – Oito crianças e uma professora perderam suas vidas após um ex-segurança colocar fogo em uma creche em Janaúba, no Norte de Minas Gerais, em outubro de 2017. O vigia do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente jogou álcool em crianças e nele mesmo. Em seguida, ateou fogo. O homem de 50 anos chegou a ser internado, mas morreu horas depois.
  • João Pessoa (PB) – Em abril de 2012, um adolescente de 16 anos atirou em outras três alunas de escola estadual de Santa Rita (região metropolitana de João Pessoa). O objetivo do rapaz era acertar um menino de 15 anos com quem havia discutido duas vezes. As adolescentes de 17 anos tiveram alta nos dias seguintes ao ataque. Dois anos depois, no bairro de Mandacaru, na periferia de João Pessoa, um adolescente de 15 anos deu três tiros na barriga da estudante Maria Beatriz Souza Santana, 14, que havia sido sua namorada. O ataque aconteceu dentro da sala de aula da escola municipal Violeta Formiga.
  • Realengo (RJ) – Em abril de 2011, no bairro do Realengo (zona oeste do Rio), 12 adolescentes – 10 meninas e dois meninos- morreram no massacre da escola municipal Tasso da Silveira. Eles foram vítimas de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que atirou contra as vítimas na sala de aula, e depois cometeu suicídio. Ele foi aluno da instituição, onde teria sofrido bullying quando era adolescente.
  • São Caetano do Sul (SP) – Um aluno de dez anos atirou contra uma professora na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (SP). em setembro de 2011. Em seguida, ele atirou contra a própria cabeça e morreu no hospital. Já a professora que foi alvo do atentado sobreviveu.
  • Corrente (PI) – Em abril de 2011, outro jovem de 14 anos que também teria sofrido bullying matou um colega com golpes de faca no interior do Piauí. O caso ocorreu na zona rural da cidade de Corrente, no extremo sul do Estado.
  • Taiúva (SP) – Mais um caso de ataque de ex-aluno, num atentado a tiros na Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz, em janeiro de 2003. Cinco alunos, o caseiro, a zeladora e uma professora da instituição ficaram feridos. Um dos estudantes, atingido por um tiro na coluna, ficou paraplégico. Não houve vítimas fatais. O atirador, que na época tinha 18 anos, tirou a própria vida após o ataque.
  • Salvador (BA) – Em 2002, um jovem de 17 anos matou duas colegas com tiros de uma arma que pertencia ao pai policial, dentro da sala do colégio particular Sigma, na orla de Salvador, e foi preso em flagrante após se entregar à polícia.

 

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