Tradicional Via Sacra no Morro da Capelinha completa 50 anos e encenação da Paixão de Cristo emociona fiéis no DF – Mais Brasília
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Tradicional Via Sacra no Morro da Capelinha completa 50 anos e encenação da Paixão de Cristo emociona fiéis no DF

Tradicional Via Sacra em Planaltina contou com cerca de 80 mil pessoas em sua 50ª edição

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Todos os anos nessa época de Páscoa, a encenação da Via Sacra no Morro da Capelinha reúne milhares de católicos do Distrito Federal. Esse evento, realizado em Planaltina, é tombado como Patrimônio Cultural Imaterial de Brasília.

Em 2023 não foi diferente: os peregrinos começaram a se concentrar no local desde cedo. A administradora Larissa Alves diz que é um momento de agradecer.

“Para a gente é mto importante a Sexta-Feira Santa. É uma forma de vir para agradecer pela vida de todos, da família. É bastante especial estar aqui”.

E nesta Sexta-feira Santa, a Via Sacra do Morro da Capelinha foi realizada em uma atmosfera especial. É que a festividade completou 50 anos. O coordenador de comunicação do evento, Diogo José Pereira, explica o que levou essa celebração a se transformar em uma verdadeira tradição para os católicos do Distrito Federal.

“A conclusão é muito simples, É através da fé, a fé das pessoas que nos assistem, a fé dos personagens, das pessoas que trabalham. E nós trabalhamos nesses 50 anos pensando nessas pessoas”.

Este ano, a festividade contou com a participação de 1,4 mil voluntários, entre atores e equipes de trabalho. A organização ainda não divulgou dados sobre o público, mas a expectativa era de que cerca de 100 mil fieis participassem da Via Sacra no Morro da Capelinha.

A encenação começou às 16h. Nem o clima nublado e nem a subida árdua do Morro da Capelinha impediram o público de acompanhar a jornada de Jesus Cristo, de acordo com a história bíblica. Mesmo com o princípio chuvoso, milhares de pessoas acompanharam de perto e sentiram muita emoção em meio à apresentação, vendo cada cena marcante, como Pôncio Pilatos lavando as mãos, a condenação de Cristo, a libertação de Barrabás, a caminhada ao calvário, a crucificação e a ressurreição.

Essa última cena é a considerada mais emocionante para o auxiliar de serviços gerais Valdir Tavares. Ao lado da esposa Cristina Azevedo, ele acompanhou o espetáculo.

“É triste quando começa o julgamento, mas o bom é o final, que Jesus ressuscita e a gente sabe que ele está vivo e que pode ter fé. Essa é uma história que a Via Sacra de Planaltina conta para nós todos os anos e a gente vem prestigiar, porque é um lugar onde a gente pode orar, agradecer, pagar promessas e rezar para os entes queridos”, descreveu.

O vigilante Salomão Gonçalves de Almeida participa do evento há 28 anos e representou um soldado dos sacerdotes Anás e Caifás. Ele definiu a Via Sacra como um evento marcante da vida:

“Participo de coração, por nada em troca, apenas pelo amor à Via Sacra. É muita emoção encenar para 60, 80, 100 mil pessoas. Nós choramos nos bastidores, porque é muita emoção, fé e realidade, um evento que mexe com a alma”.

Já a aposentada Izelda Fernandes da Costa aguardou ansiosamente até o final do evento.

“Tem mais de 35 anos que eu venho e a parte que eu mais gosto é quando Jesus Cristo ressuscita. Vale a pena assistir toda a encenação, porque Jesus sofreu muito por nós para nos salvar”, disse a moradora de São Sebastião.

Para o arcebispo da Arquidiocese de Brasília, Dom Paulo Cezar, a Via Sacra de Planaltina consegue, por meio da arte, passar a mensagem central da fé cristã.

“Isso é muito importante hoje. É uma forma bonita de evangelizar, em que a fé vai entrando e sendo anunciada com leveza, onde o centro da fé, que é o mistério da morte e ressurreição de Jesus, vai penetrando no coração da gente com beleza e leveza da arte”, definiu.

Apoio

A 50ª edição reuniu mais de 1.400 voluntários, entre atores, coordenadores e figurantes. Os mais de R$ 1,3 milhão de aporte do GDF foram repassados pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur), com R$ 690 mil, e pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec), com R$ 617 mil.

Também foi montado um plano de segurança, que envolveu as polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF), o Corpo de Bombeiros (CBMDF), o Departamento de Trânsito (Detran) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF). As secretarias de Saúde (SES), de Transporte e Mobilidade (Semob), de Turismo (Setur) e DF Legal, além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Neoenergia, da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), do Samu, da Cruz Vermelha, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Conselho Tutelar também fizeram parte da operação.

Antes do evento, o local recebeu cuidados na compactação do solo com cascalho. As estradas também foram limpas e cuidadas para a passagem do público e dos atores e figurantes. A Caesb disponibilizou cerca de 25 mil litros de água para hidratação do público.