Sindetran pede apuração de esquema fura-fila e diz que problemas no DETRAN-DF são propositais
"De 2019 para cá o problema vem piorando e a gente acredita que é propositalmente", diz Medeiros
O Mais Brasília mostrou um esquema fura-fila entre um funcionário do DETRAN-DF e um despachante para conseguir uma vaga de vistoria veicular.
Questionado acerca da possível prática de venda de vagas para os serviços de vistorias, o Sindicato dos Trabalhadores em Atividade de Trânsito, Policiamento e Fiscalização de Trânsito das Empresas e Autarquias do DF (Sindetran) diz ser contrário a quaisquer conluios entre funcionários e despachantes para furar filas.
É o que afirma o presidente do sindicato, Fábio Medeiros. “Em relação a denúncia, se houve o fato, a direção do DETRAN-DF tem que investigar e punir de acordo com o devido processo legal. Os despachantes prestam trabalho opcional para quem quer fazer esse serviço, mas não para ‘vender’ vaga. Essa denúncia tem que ser apurada, se estiver acontecendo é crime”.
E acrescenta: “Sobre essa possível denúncia de as pessoas estarem com dificuldade em marcar vistorias no Detran-DF e conseguirem vaga com despachante, se esse procedimento estiver ocorrendo, isso não é característico do Detran de Brasília. No Detran de Brasília a vistoria é feita por agendamento”.
Medeiros argumenta que tanto as falhas no sistema digital do DETRAN-DF, quanto os possíveis erros administrativos estariam ocorrendo propositalmente pela gestão maior do órgão em conjunto com os governos para beneficiar empresas privadas e entregar determinados serviços nas mãos de empresários.
“De 2019 para trás, a gente sempre conseguiu atender a população, sem filas e, no máximo com uma ou duas semanas de espera, de 2019 para cá o problema vem piorando e a gente acredita que é propositalmente”.
Sobre o motivo pelo qual os funcionários do DETRAN-DF entraram com uma liminar para proibir as empresas particulares de realizarem vistorias, Medeiros é taxativo:
“A gente é contra por uma série de fatores, acredito que falta capacitação aos funcionários terceirizados. As empresas privadas visam lucros, essa prática das vistorias serem feitas por empresas particulares gera a possibilidade de corrupção, há negligência e omissão na detecção de fraudes e adulterações”.
O presidente do Sindetran-DF ainda pontua que, apesar “da promessa do governo em não aumentar as taxas no início (desse novo processo), fatalmente haverá acréscimo nos custos para a população dentro de seis meses”. Outro fator grave, para o sindicalista, é que o Estado deixar de arrecadar impostos, transferindo o dinheiro público das taxas para a iniciativa privada”.
Para Medeiros, com as vistorias veiculares realizadas por empresas privadas, haverá impossibilidade de apreensão imediata de veículos detectados com fraudes, adulterações, produto de roubo/furto por parte dos funcionário privado, por falta do poder de polícia do Estado e aumento na comercialização ilegal de peças de veículos roubados/adulterados/clonados, sobrecarregando o trabalho da Polícia Civil, Militar e PRF.