Secretaria de Saúde registra cinco casos de infecções pelo vírus influenza no DF
Gripe pode ser ocasionada por diversos vírus, mas alguns possuem formas de agravamento mais severas
O boletim mais recente da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), com dados até 20 de dezembro, aponta que a capital tem três casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) confirmados como influenza, o que significa que são casos que necessitaram de hospitalização, e outros dois registros pelas unidades sentinelas de síndrome gripal, em que não houve a necessidade de internação.
Nos períodos do ano em que os termômetros registram temperaturas mais baixas, ocorre o aumento da circulação dos vírus respiratórios. A gripe pode ser ocasionada por diversos vírus, mas alguns possuem formas de agravamento mais severas. A pasta monitora os casos de internação causados pela SRAG e também realiza amostras de forma sentinela de síndromes gripais que não necessitam de internação.
Um dos vírus respiratórios mais comuns entre os que causam agravamento é o influenza, que é uma infecção respiratória aguda, causada pelos vírus dos tipos A, B, C e D. O tipo A está associado a epidemias e pandemias, tem comportamento sazonal e apresenta aumento no número de casos entre as estações climáticas mais frias.
Casos
Dos três casos internados, um foi de um morador do DF que contraiu a doença em São Paulo e foi confirmado para H3N2 e outros dois com infecção autóctone. Desses, apenas um foi possível subtipar como H3N2 e todos os internados já receberam alta. Há também o registro de mais dois casos confirmados de síndrome gripal por influenza: um é do subtipo H3N2 e o outro não está subtipado. No total, até o momento, foram notificados cinco casos.
“É importante esclarecer que existe um fluxo específico para o registro e notificação dos casos classificados como SRAG e síndrome gripal, estabelecido pelo Ministério da Saúde. A notificação pelas unidades públicas e privadas deve ocorrer para os casos graves em que há a necessidade de internação. Isso permite o monitoramento da demanda de atendimento dos casos hospitalizados graves e óbitos e a identificação dos vírus circulantes”, explica a enfermeira da Diretoria da Vigilância Epidemiológica da SES, Geila Maria.
O Distrito Federal conta ainda com unidades sentinelas que realizam a testagem por amostragem de casos com sintomas gripais, conforme preconizado pelo Ministério. São elas: UBS 2 Asa Norte, UBS 12 Ceilândia, UBS 1 Paranoá, UBS 5 Planaltina, UBS 12 Samambaia, UBS 1 Santa Maria, UPA Núcleo Bandeirante e Hospital Brasília.
“A secretaria tem acompanhado o aumento expressivo dos casos de influenza que vêm ocorrendo em outros estados. É importante que as unidades hospitalares do DF notifiquem os casos para a SES. Também é necessário que a população fique atenta aos cuidados básicos caso apresente sintomas gripais, como o uso de máscara, higienização das mãos constante, evitar aglomeração e, se for espirrar, cobrir com o antebraço”, reforça Geila.
Teste
A testagem para influenza pode ser realizada por teste rápido ou por PCR. Na rede pública são utilizados os kits de PCR encaminhados pelo Ministério da Saúde. O teste é realizado em pacientes internados com SRAG e em demais pacientes conforme critérios clínicos previamente estabelecidos.
Garantir a proteção contra o vírus influenza é tão importante quanto se proteger do novo coronavírus Sars-CoV-2. O vírus da gripe pode ser agente das formas graves da doença, especialmente no período mais frio do ano. A vacinação anual previne possíveis agravamentos e mortes pela doença.
A cada ano a vacina contra a gripe é produzida para combater as principais cepas que circularam no ano anterior. Em 2021 as cepas contidas na vacina são: Influenza A/Victoria/2570/2019 (H1N1) pdm09; Influenza A/Hong Kong/2671/2019 (H3N2); Influenza B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria).
Vacinação
A vacina contra influenza segue disponível nas unidades de saúde. São cerca de 30 mil doses distribuídas nos pontos de vacinação. A campanha teve início em abril para alguns grupos específicos. Mas desde julho, de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o imunizante foi disponibilizado para toda a população, com exceção das crianças menores de seis meses que não podem receber esse imunobiológico.
“Temos visto o aumento de casos de influenza em diversos estados, principalmente no Rio de Janeiro. A vacina contra a influenza é segura e previne contra as formas mais graves da doença. Como a campanha ocorreu em paralelo à vacinação contra a covid-19, percebemos que muitas pessoas ficaram temerosas em receber os dois imunizantes, mas as duas vacinas podem ser aplicadas inclusive no mesmo dia, conforme orientação do Ministério da Saúde”, destaca a gerente da Vigilância das Doenças Imunopreveníveis da SVS, Renata Brandão.