Rede pública de saúde do DF vai padronizar atendimento materno infantil
A iniciativa, que começa pela Região de Saúde Leste, estabelecerá um plano de cuidados a ser seguido na atenção primária, secundária e hospitalar
A Região de Saúde Leste dá os primeiros passos para estabelecer a linha de cuidado materno infantil, voltada à saúde das gestantes e das crianças. A iniciativa é parte da proposta de Planificação da Atenção à Saúde (PAS), estratégia de gestão, planejamento e organização em saúde que envolve atenção primária, secundária e hospitalar.
Iniciado no ano passado, com consultoria do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), agora o projeto conta com o apoio da Beneficência Portuguesa de São Paulo, no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
“Planificar é homogeneizar o atendimento em todos os níveis”, explica o superintendente da Região de Saúde Leste, Sidney Sotero. Na Região Leste, que é piloto no Brasil, a planificação começou pela linha de cuidados de diabetes e hipertensão. Inclusive, o Centro de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CADH) funciona no Hospital Regional Leste (HRL) e é inspiração para a planificação em outras regiões de saúde. “A planificação é nossa prioridade”, completa o médico.
Agora, Conass e Beneficência Portuguesa trabalham em conjunto para implantar a linha de cuidados materno infantil, seguindo o mesmo modelo de atenção às condições crônicas (MACC), e instalar um ambulatório multidisciplinar para atender gestantes e crianças de risco.
“Esses pacientes serão compartilhados. Após o atendimento no ambulatório, eles vão receber um plano de cuidado para ser seguido na unidade básica de saúde”, ressalta Alzira Guimarães, referência técnica do Conass no DF.
Tânia Lago, médica sanitarista da Beneficência Portuguesa, considera que a ideia da consultoria da instituição privada é garantir o apoio técnico para a elaboração da nova linha de cuidado. “Os nossos consultores, junto com a Secretaria de Saúde e os profissionais da ponta, vão desenvolver essa linha considerando as possibilidades disponíveis, para ter as mulheres mais bem atendidas e as crianças nascendo mais saudáveis”, declara.
Os consultores do Conass, desde junho de 2021, mapeiam a entrada das gestantes e das crianças na rede pública de saúde na Região Leste e fizeram visitas às unidades básicas de saúde (UBS), à Casa de Parto e ao Centro Obstétrico, maternidade e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais do HRL. Nessa fase inicial, são definidas as notas técnicas, além de capacitação dos profissionais e definição de espaço e carga horárias para o futuro ambulatório.