Polícia prende 21 integrantes de grupo criminoso que furtava e receptava motocicletas no DF

O foco dos criminosos são motociclistas que trabalham com entregas

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (26), uma operação contra uma organização criminosa especializada em roubar e receptar motocicletas no Distrito Federal.

Na ação, foram cumpridos 26 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão, nas regiões de São Sebastião, Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Itapoã, no DF, e em Planaltina de Goiás e Cidade Ocidental, em GO; além de ações nos estados de Minas Gerais e da Bahia.

As principais vítimas destes criminosos são motociclistas que trabalham com entregas. As motocicletas furtadas eram adulteradas, ocultadas e vendidas a receptadores em Brasília e em outros estados. Batizada por Motoqueiro Fantasma, a operação está sob o comando da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais  (Corpatri).

“Os crimes atingem as camadas econômicas mais desfavorecidas, geralmente motoboys, uma vez que os furtos se direcionam a motocicletas de baixa cilindrada e apelo popular, utilizadas na prestação de serviço de entrega de bens e produtos, e que são adquiridas pelas vítimas em longos prazos de financiamento”, disse o delegado da Corpatri, Guilherme Melo, responsável pelas investigações.

Segundo a polícia, o grupo tem sede física em São Sebastião, no DF. Neste grupo, há pelo menos 26 criminosos associados para furtar, adulterar, ocultar e revender motocicletas a receptadores do DF e dos estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais. Até o fechamento desta reportagem, 21 pessoas já tinham sido presas. De acordo com o apurado, os integrantes do grupo furtaram cerca de 31 motocicletas entre novembro de 2021 e abril de 2023.

“As informações coletadas apontam que os criminosos atuam em diversos núcleos: operacional, administrativo e logístico e financeiro”, explica o delegado.

O grupo conta com a participação de diversos integrantes que se dividem em tarefas operacionais de furto e adulteração das motocicletas, e financeiras, voltadas para a venda das motocicletas a receptadores residentes em Minas Gerais e responsáveis pela revenda na Bahia e em Goiás.

“O transporte das motocicletas era realizado em pequenas caminhonetes, vans e até mesmo caminhões, obtidos pelo líder do grupo e pelo receptador principal, incumbidos de revenderas motocicletas fora do DF”, finaliza Melo.

Melo ressalta ainda que este tipo de crime afeta diretamente no aumento dos índices de insegurança da população e ainda contribui para elevar o preço dos fretes dos serviços de entrega de produtos diversos cobrados em aplicativos.

 

Saiba mais como os núcleos do grupo criminoso atuava:

Operacional: etapa em que os criminosos realizavm os crimes de furto das motocicletas, os quais são praticados, preferencialmente, na área central de Brasília— Asa Sul e Norte, Sudoeste, Setores Hoteleiros e SIA— e nas regiões administrativas de São Sebastião, Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e Guará;

Administrativo-Logística: etapa em que os criminosos realizam a ocultação, desmanche e adulteração das motocicletas. As motocicletas são levadas para chácaras, residências e esconderijos dos integrantes, onde têm o chassi e placa modificados, de modo a serem preparadas para a venda e entregues aos
receptadores;

Financeira: as motocicletas passam pelas transformações materiais e documentais para deixá-las aptas à venda. Aqui os principais integrantes recebem e repassam os pagamentos das motocicletas furtadas e repassam os valores por meio de contas bancárias de terceiros diretamente ligados a eles, visando dificultar o rastreamento da origem e destinação do lucro obtido.

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