Polícia mira grupo criminoso que criou cartório falso e fraudou milhares de documentos no DF, GO e SP – Mais Brasília
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Polícia mira grupo criminoso que criou cartório falso e fraudou milhares de documentos no DF, GO e SP

Os investigadores cumpriram 12 mandados judiciais

Foto: Divulgação/PCDF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (1º/6), uma operação para desarticular um grupo suspeito de atuar na prática dos crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica, integração de organização criminosa e crimes contra as relações de consumo.

Os investigadores cumpriram 12 mandados judiciais no Distrito Federal, Goiás e em São Paulo. Os acusados criaram um cartório digital falso e autenticaram milhares de documentos em todo o país.

Batizada por Operação Sumérios, a ação desta quarta é um desdobramento da operação Non Domino que,
no ano passado, teve como alvo empresários, advogados e agentes públicos envolvidos grilagem de terras em São Sebastião.

À época, a PCDF apurou que alguns grileiros diziam ser donos de um cartório em São Sebastião que era utilizado para facilitar a prática de crimes envolvendo o parcelamento irregular do solo urbano. Segundo a polícia, para confundir a população, foi criada uma empresa intitulada Cartório Digital, que de cartório só tinha o nome, pois não dispunha de atribuições próprias de um Tabelião.

De acordo com o delegado-chefe da 30ªDP, Ulysses Luz, apesar de o CARTÓRIO DIGITAL não ter legitimidade para autenticar documentos, seus mentores estavam associados a Tabeliões de outros Estados, que autenticaram milhares
de documentos sem que nunca tivessem qualquer contato com os originais.

“A conduta dos investigados coloca em gravíssimo risco a fé pública, pois confere a cópias o mesmo valor jurídico dos originais, sem que exista qualquer verificação sobre a veracidade do conteúdo dos documentos autenticados”, explicitou o delegado. E acrescentou: “Diante deste cenário, cria-se um terreno fértil para que estelionatários, por exemplo, abram contas bancárias e façam empréstimos em nome de terceiros; para que pessoas autentiquem diplomas falsos e tomem posse em concursos; permite com que indivíduos exerçam especializações profissionais que não possuem; atestem o óbito de pessoas ainda vivas”.

Também chamou a atenção da polícia o fato de que, mesmo após a operação do ano passado, os criminosos não cessaram suas atividades, tendo passado a agir através de outras empresas que ofereciam serviços cartorários “sem burocracia”, de forma totalmente digital.

São alvos da ação desta quinta (1º) tanto os mentores dos falsos cartórios como um tabelião de São José do Rio Preto, em SP, e seus auxiliares. Todos foram afastados das funções temporariamente.

A operação contou com o apoio da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de São Paulo e as Polícias Civis de Goiás e São Paulo.