Polícia investiga morador da Estrutural por tortura contra o filho de 5 anos

Sem conseguir impedir as agressões, a mãe da criança e ex-companheira do suspeito procurou a delegacia para fazer a denúncia

Um homem, morador da Estrutural, é investigado pelo crime de tortura contra uma criança de 5 anos. A denúncia foi feita pela própria mãe do menino e ex-companheira dele. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura o caso.

A última violência ocorreu na noite de 4 de julho. Segundo a mãe, a família estava na igreja e o menino se levantou do banco antes do pai. Nessa hora, o homem chegou a dizer que quando chegasse em casa iria corrigi-lo. Ao chegar na residência, o pai prendeu a cabeça da criança contra o colchão, tirou a roupa dela e começou a bater. Em depoimento, a mãe afirmou que tentou intervir nas agressões, mas que foi ameaçada pelo homem.

Para a polícia, a mãe do garoto afirmou que as agressões acontecem há pouco mais de um ano e que elas foram aumentando de forma gradativa.

“A criança é fruto de um breve relacionamento entre eles. Mas o pai não ajudava na criação. Quatro anos após o nascimento, eles reataram a relação e aí as ‘correções’ começaram”, pontuou a delegada-chefe da 8ª DP, Jane Klébia.

No relato da mãe, ela conta que em uma situação o pai deixou o menino durante todo o dia sentando em um banquinho. Posteriormente, as agressões aumentaram e ele começou a colocar a criança de joelhos. E outro momento, a mãe contou que o pai colocou a criança de joelhos e com os braços para cima por mais de quatro horas.

Ainda segundo a mulher, o pai obrigava o menino a comer alimentos que não gostava e que, por conta dos castigos, o filho chorava bastante, o que o fazia vomitar. Para a delegada a mulher contou que quando isso acontecia, o pai obrigava o menino a comer o próprio vômito.

Laudo indica agressões

A criança foi submetida a exames de corpo e delito no Instituto Médico Legal (IML). Um trecho do laudo feito para avaliar as agressões aponta que as lesões “podem sugerir a impossibilidade de defesa do periciado durante o ato, com força entre o agressor e o menor” e que diante disso “pode-se caracterizar ato de crueldade”.

O documento ainda ressalta que as cicatrizes encontradas nas mãos, antebraços e pernas podem ter sido provocadas por traumatismos diversos.

Trecho do laudo do IML comprova agressões. Foto: Divulgação/PCDF

De acordo com a delegada, o homem segue solto e a polícia avalia a possibilidade de solicitar a prisão preventiva dele. Jane destaca que práticas de correção exagerada são consideradas tortura e podem levar agressor a cumprir pena de até 8 anos de reclusão, que pode ser agravada pelo fato da vítima ser menor de idade.

“Seguimos na apuração do caso e em contato com a mãe que está com a criança na casa de parentes. Estamos monitorando toda a situação”, afirmou a autoridade.

 

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