Polícia do DF mira estelionatários que se passavam por ministros do governo federal para aplicar golpes – Mais Brasília
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Polícia do DF mira estelionatários que se passavam por ministros do governo federal para aplicar golpes

Os autores são investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa

Foto: Arquivo Agência Brasil

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta terça-feira (7), uma operação para investigar um grupo de estelionatários que se passavam por ministros do governo Lula para aplicar golpes nos estados de Pernambuco e Paraíba. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Recife, no PE; e um em João Pessoa, na PB, nos endereços residenciais dos acusados.

Após seis meses de investigação, os policiais da 5ª DP, com o auxílio operacional das polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, além de informações de gabinetes de alguns ministros que tiveram suas imagens e nomes utilizados indevidamente, conseguiram identificar dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes nos estados de Pernambuco e Paraíba.

Os autores são investigados pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa. Para cada fraude cometida, a pena prevista é de quatro a oito anos de prisão. A pena pelo crime de associação criminosa é de um a três anos de prisão.

Os fatos passaram a ser apurados pela 5ª DP (Área Central de Brasília), após alguns dos ministros de Estado (vítimas) procurarem a delegacia para comunicar a prática de crimes usando os seus nomes.

A Fraude
Segundo apurado, a associação criminosa cooptava vítimas se passando por autoridades do primeiro escalão do Poder Executivo do País, especialmente por ministros de Estado, “clonando” perfis de aplicativos de mensagens, utilizando suas imagens, nomes e informações colhidas em fontes abertas.

Dessa forma, os autores entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados e solicitavam ajuda. Geralmente, com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via PIX para alguma pessoa necessitada.

Os autores diziam que os ministros não poderiam transferir diretamente, pois não poderiam vincular seu some a tal pessoa e que depois de feito o pagamento solicitado, eles ressarciriam a vítima.

Em um dos casos, passando-se por um ministro, os autores contataram o presidente de uma associação comercial, sediada no interior de São Paulo, dizendo que estavam com uma demanda na cidade vizinha. Em seguida, disseram que uma pessoa ligada ao falso ministro teria falecido naquela cidade e que precisaria passar alguns recursos financeiros para a família, mas não conseguia efetivar a transação financeira.

Dessa forma, pediu para que alguém da associação fizesse por ele com a promessa de que, logo, haveria o ressarcimento.

Os autores tinham conhecimento da agenda das autoridades públicas pelas quais se passavam, pois, tal ministro teria tido um compromisso político naquela mesma região, dias antes, e a associação comercial vítima teria participado do encontro.

A partir da operação desta terça-feira (7), os policiais tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, como também quantificar o total de lucro obtido com os crimes perpetrados e o destino dado a tais valores.