Polícia Civil do DF investiga “verdurão” suspeito de movimentar R$ 17,7 milhões

Os suspeitos estão sendo investigados pela possível prática de crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de bens, direitos e valores e, caso condenados, podem pegar até 23 anos de prisão

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção  e ao Crime Organizado (DOT/Decor), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (1º), a Operação Vegetalis.

A ação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens de proprietários de uma empresa do setor de alimentos, do tipo verdurão, no DF. Os mandados estão sendo cumpridos no Distrito Federal, em Minas Gerais e em Goiás, abrangendo as empresas envolvidas, escritórios de contabilidade e as residências dos investigados.

Os suspeitos estão sendo investigados pela possível prática de crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de bens, direitos e valores e, caso condenados, podem pegar até 23 anos de prisão.

A investigação, iniciada em 2017, apura possível lavagem de dinheiro, por parte dos representantes dessa empresa. Segundo a polícia, durante quatro anos, a empresa movimentou  um total de R$ 17,7milhões, beneficiando uma família de empresários, que possuem atividades em diversos ramos da economia formal, dentre elas no setor de alimentos, assessoria imobiliária, importação e exportação de produtos nutricionais e clínica de emagrecimento.

As buscas desta quarta (1º) têm como objetivo a consolidação dos elementos probatórios para conclusão do inquérito em andamento com a finalidade de descobrir a participação efetiva de cada integrante do grupo criminoso e identificar outros envolvidos.

Além disso, a polícia pretende apreender bens e valores para ressarcimento futuros e se municiar de elementos de informação que norteiem fiscalização tributária pelo fisco do Distrito Federal e embasar a persecução penal por crimes tributários.

Em um primeiro momento, a PCDF realizou quebras de sigilos fiscais e bancários dos investigados – pessoas físicas e jurídicas. Foi detectada uma inconsistência na origem de recursos porque, segundo os dados obtidos, uma empresa pequena movimentou altíssimos valores, sem ter havido quaisquer declarações prestadas às autoridades fazendárias.

Segundo apurado, há ainda incompatibilidade entre o padrão de vida declarado por alguns dos investigados e os montantes vultosos movimentados na conta corrente vinculada à empresa central da investigação. Outro dado obtido durante as investigações policiais é o de que a empresa investigada não tem sede própria.

Isto, para os investigadores, é um forte indício do envolvimento integrantes da família de empresários com as movimentações financeiras ocorridas no verdurão, indicando suposta sonegação fiscal e de comercialização irregular de vales-alimentação por intermédio dessa empresa de fachada.

Participaram das ações 70 investigadores da Polícia Civil do Distrito Federal, que contaram com o apoio de policiais civis da cidade de Fronteira/MG.

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