Pessoas em situação de rua participam pela primeira vez do RenovaDF – Mais Brasília
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Pessoas em situação de rua participam pela primeira vez do RenovaDF

Programa oferece cursos profissionalizantes gratuitos na área da construção civil; lançamento do 5º ciclo B do programa será nesta sexta-feira (8), às 10h, no Pavilhão do Parque da Cidade

Foto: Renato Raphael/Sedes

Lançado oficialmente nesta sexta-feira (8/4), às 10h, no Pavilhão do Parque da Cidade, o 5º ciclo B do RenovaDF, o programa do Governo do Distrito Federal (GDF) que garante a oferta de cursos práticos de qualificação profissional na área da construção civil.

Os alunos inscritos recebem uma bolsa mensal de um salário mínimo por três meses e aprendem o ofício na prática, em atividades de conservação do patrimônio público, por exemplo, na recuperação de praças, quadras poliesportivas e viadutos.

Foram 1.481 inscritos nesta etapa do RenovaDF, que marca a parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e do Trabalho (Setrab).

Desses, 98 são pessoas em situação de rua atendidas pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP).

Além desse público, a etapa B do 5º ciclo do programa abriu vagas para 1.383 alunos.

Esta é a primeira vez que a população em situação de rua é incluída no RenovaDF.

“É muito bem-vinda essa parceria com a Setrab, isso vai trazer autonomia a essas pessoas em situação de rua. Aprendendo um novo ofício eles resgatam a autoestima e estarão preparados para ingressar no mercado de trabalho”, ressalta a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha.

Segundo o secretário de Trabalho, Thales Mendes Ferreira, no caso desse público, são usuários já acompanhados pelas equipes socioassistenciais, que manifestaram interesse em participar do RenovaDF.

“Estamos promovendo uma iniciativa inédita, a Sedes identificou essas pessoas em situação de rua e garantiu a participação deles no RenovaDF. O programa vai proporcionar a essas pessoas uma esperança e uma expectativa de vida, trazendo para elas uma nova profissão, e, quem sabe, um novo emprego”, afirma Thales Mendes Ferreira.

“O programa social RenovaDF vem contribuir para o grande rol de políticas públicas já desenvolvidas no Distrito Federal e vem de forma complementar, viabilizando a eles serem protagonistas da própria história”, destaca o secretário de Trabalho.

Cursos do Senai

Por meio do Renova DF, o aluno adquire novas habilidades laborais e se torna apto a atender as exigências do mercado de trabalho e a realização da higienização e limpeza, manutenção e recuperação dos equipamentos públicos no âmbito do Distrito Federal.

Os cursos serão ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e integrados às atividades de conservação do patrimônio público.

Os alunos têm que cumprir uma jornada de trabalho de 80 horas por mês, durante três meses, e recebem mensalmente um salário mínimo de R$ 1.212, auxílio para transporte, kit lanche, uniforme um seguro de vida. Para receber a bolsa, eles são obrigados a cumprir 80% da carga horária.

Os inscritos não têm vínculo empregatício e concluem o curso de três meses prontos para ingressar no mercado de trabalho. A etapa A do 5º Ciclo do RenovaDF já está em andamento, com 2.100 alunos.

Um dos contemplados no 5º ciclo B do programa é Itamar Marinho Nunes, de 52 anos, atendido pelo Centro POP Brasília.

“Para mim, participar do RenovaDF é um recomeço, me faz sonhar com uma vida digna. Eu vou agarrar essa oportunidade”, promete.

Itamar está há oito anos em Brasília, alternando a moradia entre a rua e unidades de acolhimento. Ele veio de Manaus (AM) para o DF tratar um câncer no cérebro na rede pública, e hoje está em situação de rua, sobrevivendo com os benefícios sociais que recebe do GDF.

“Eu meu curei do tumor, e, atualmente, estou na rua aguardando vaga em uma casa de acolhimento. Mas faço todas as minhas refeições e tomo banho aqui no Centro POP”, relata. “Quando terminar o RenovaDF, quero voltar a trabalhar e ir na minha cidade visitar minha mãe, que ficou sozinha depois que meu pai morreu de covid”.