PCDF prende grupo suspeito de se passar por servidores do TJDFT e causar prejuízo de R$ 3 mi

Criminosos praticavam golpes contra pequenos municípios brasileiros, cometidos a partir de sentenças falsas

A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (12/11), a segunda fase da Operação Falso Juízo, para desarticular grupo que se passava por juízes e funcionários do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Os criminosos causaram prejuízo de R$ 3 milhões.

Os investigadores cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão nas cidades de Campinas e Hortolândia, em São Paulo. Até o momento, foram presos seis integrantes do grupo investigado. A operação contou com a participação de 12 policiais civis do DF, 18 policiais civis do Estado de SP e do Grupo de Operações Especiais (GOE/PCSP).

A operação é fruto de uma investigação iniciada em 2020, que buscou identificar criminosos que praticavam golpes contra pequenos municípios brasileiros, cometidos a partir de sentenças falsas expedidas em nome do TJDFT. Os investigados chegaram a coagir prefeituras com a possibilidade de bloqueio das contas públicas.

De acordo com o delegado da DRCC, Dário Freitas, para evitar os falsos bloqueios, os prefeitos e os procuradores eram induzidos a realizarem pagamentos de dívidas inexistentes, representadas por atos judiciais e sentenças falsificadas.

“Os criminosos contavam com linhas telefônicas falsas de prefixo (61), supostamente ligadas ao TJDFT, a fim de fornecer atendimento a essas autoridades públicas, durante o horário de expediente do Tribunal de Justiça do DF—12h às 19h”, explica o delegado.

Durante as ligações, os criminosos se passavam por juízes e servidores do TJDFT, tratando de assunto jurídico ligado às supostas execuções fiscais contra os respectivos municípios. Os investigadores verificaram, também, que o grupo se aproveitou da troca das equipes das prefeituras, principalmente, após a eleição de novos prefeitos, para criar falsas dívidas supostamente ligadas à gestão anterior.

Atuação

A investigação apontou que o grupo vinha atuando desde 2019, tendo vitimado dezenas de pequenos municípios brasileiros, em vários estados da federação. Foram identificadas 33 prefeituras, vítimas do golpe, localizadas nas seguintes unidades da federação: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e Piauí.

Segundo a Polícia Civil, o TJDFT já vinha divulgando alertas na internet quanto ao golpe há pelo menos quatro anos.

“Levantamento preliminar indicou que o grupo criminoso, desde 2019, já teria se beneficiado com no mínimo R$ 3 milhões. Em razão da utilização de contas de e-mail falsas ligadas ao TJDFT”, declara Dário Freitas.

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