PCDF prende na Bahia homem que vendia remédio abortivo para todo Brasil
Acusado é suspeito de distribuir medicamentos para revendedores que atuam em todo Brasil
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quinta-feira (21/10), a segunda fase da Operação Sexto Dia, que investiga um esquema de venda de medicamentos abortivos por meio de aplicativo de mensagens. Nesta nova etapa, um homem foi preso por distribuir abortivos para revendedores que atuam em todo o Brasil.
A ação policial ocorreu em Salvador, na Bahia, onde foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão. A investigação, conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), identificou que uma estudante de medicina veterinária, de 24 anos, comandava essa comercialização de remédios pela internet.
Nas redes sociais, os interessados preenchiam um formulário e citavam a possibilidade de aborto de até 12 semanas. A suspeita ainda dava a possibilidade de pagamento em até 12 vezes. Em uma das conversas obtidas pela PCDF, uma mulher afirma que tomou oito comprimidos e percebeu que saíram três coágulos.
Veja a conversa abaixo:
De acordo com os investigadores, a associação criminosa tem como modus operandi a disponibilização de perfis em redes sociais de apoio à mulher e informava a possibilidade de “aborto seguro” com utilização de uma medicação denominada Cytotec.
O remédio é composto por Misoprostol: indutor abortivo sujeito a controle especial. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Portaria SVS nº 344/1988, estabelece que as vendas de medicamentos à base de Misoprostol ficarão restritas a estabelecimentos hospitalares devidamente cadastrados e credenciados junto à autoridade sanitária competente.
Vale lembrar que o Cytotec é um medicamento de uso controlado por hospitais e a sua venda é criminosa, podendo chegar até 15 anos de reclusão e, a pessoa que compra, que prática o aborto em si mesma ou auxilia outra pessoa a realizar o aborto, ela também responderá criminalmente pelo crime de aborto.