PCDF mira grupo que roubava homens gays durante encontros marcados por aplicativo
Segundo as investigações, os criminosos se especializaram na modalidade 'sequestro do PIX' e faziam vítimas no DF e Goiás
Policiais civis da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) deflagraram, nesta terça-feira (3/5), uma operação para desarticular uma associação criminosa composta por sete indivíduos suspeitos de cometer o “sequestro do PIX” há pelo menos 10 meses, no Distrito Federal e no Estado de Goiás.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso especializou-se em roubo e extorsão, na modalidade denominada sequestro do PIX e, no decorrer dos meses, foi refinando o modo de atuação.
As vítimas, homens homossexuais, eram atraídas por meio de aplicativos de mensagens para encontros amorosos, que ocorreriam em residências localizadas em Santa Maria (DF) e Novo Gama (GO).
No local, as vítimas eram rendidas pelo líder do grupo que havia marcado o encontro, o qual as imobilizava utilizando uma faca e um simulacro de arma de fogo, contando com a ajuda da namorada de um dos envolvidos.
Segundo os investigadores, as vítimas tinham a liberdade restringida e eram obrigadas a fornecer as senhas dos celulares e aplicativos bancários. Dessa forma, os valores eram subtraídos, via PIX, e também com a utilização de máquinas de cartões fornecidas por um dos comparsas.
Os celulares eram repassados para um comerciante, também integrante do grupo, instalado da Feira de Santa Maria, o qual teria ensinado o líder a desabilitar o iCloud dos celulares Iphone.
Aluguel de casas
Em alguns roubos, os veículos também foram subtraídos. O líder do grupo, 26 anos, relatou que cometeu cerca de 40 roubos no período em que atuou, sendo que, inicialmente, atraía as vítimas para a casa em que morava com a namorada, porém, posteriormente, passou a alugar casas, por curtos períodos, utilizadas somente para o cometimento dos crimes.
“Em nova fase dos crimes, a filha de um proprietário de imobiliária do entorno do DF, associou-se ao grupo para fornecer as chaves das casas que se encontravam para alugar na empresa do pai dela, mediante o recebimento de 10% das quantias subtraídas”, explica o delegado Leandro Ritt.
Em dezembro de 2021, associou-se ao grupo um jovem, que passou a auxiliar nas abordagens que aconteciam nas residências. “O mentor dos crimes e líder do grupo mantinha o registro dos dados das vítimas, as quais recebiam ordens de relatar o crime de maneira diversa do ocorrido, quando do registro de ocorrência, o qual somente era feito quando ocorria a subtração do veículo”, destaca Ritt.
“Os valores subtraídos variavam da capacidade financeira das vítimas, chegando em alguns casos a R$ 25 mil. O líder, durante seu interrogatório, afirmou que escolhia as vítimas que, preferencialmente, postavam fotografias com celulares iphone”, finaliza o delegado. O sétimo envolvido, irmão do líder, era o responsável por vender os veículos subtraídos das vítimas.
Conforme a PCDF, apesar da maioria das vítimas residirem no Distrito Federal, somente uma vítima registrou ocorrência policial, contando os fatos de maneira diversa, o que dificultou o trabalho investigativo. Outras duas vítimas já foram identificadas no DF e algumas no Estado de Goiás.