PCDF investiga grupo que causou prejuízo de R$ 32,5 mil a família em golpe no WhatsApp

Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na capital do Cuiabá (MT) e em quatro cidades do Estado de São Paulo

Policiais civis da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) realizaram, na manhã desta terça-feira (5/7), uma operação para reprimir fraudes eletrônicas. A ação contou com o apoio tático e operacional das Polícias Civis do Mato Grosso (PCMT) e de São Paulo (PCSP) para dar cumprimento a oito mandados de busca e apreensão na capital do Cuiabá (MT) e em quatro cidades do Estado de São Paulo — Araçatuba, Glicério, Birigui e Coroados (SP).

De acordo com informações da PCDF, na mesma operação, ainda foram cumpridas três ordens de sequestro de valores em contas bancárias em desfavor dos responsáveis pelo recebimento das quantias desviadas.

Segundo o delegado-chefe da 9ª DP, Filipe de Morais Maciel, diferente do esquema padrão de clonagem do aplicativo de mensagem whatsapp, os golpistas foram mais ousados, usando uma abordagem diferente ao aplicarem o golpe em uma família do DF. Primeiro fizeram contato com um parente, usando um número de celular com a foto de perfil da vítima.

“Passando-se pela vítima e com o argumento de que aquele seria seu novo número, o criminoso solicitou a um dos parentes que o inserisse nos grupos da família. Depois, ao se infiltrar nos grupos familiares do aplicativo, o criminoso coletou informações para dar credibilidade a sua história fictícia e passou a solicitar empréstimos em mensagens privadas”, explica o delegado.

Na ação criminosa, o golpista solicitou um PIX, no valor de R$ 20 mil, à irmã da vítima. Depois, abordou a mãe e pediu mais R$ 2,5 mil. Por último, ele mandou mensagem ao pai, solicitando mais R$ 10 mil. Com essa estratégia, o criminoso conseguiu três transferências, via PIX, totalizando um desvio de R$ 32,5 mil, da mesma família.

Quando o verdadeiro irmão percebeu que alguém se passava por ele, já era tarde demais. Os valores já haviam sido desviados. “Buscando dificultar o desvendamento do crime, o grupo usou a fragmentação das fases delitivas em diferentes cidades e estados. Contudo, a investigação conseguiu comprovar que as mensagens se originaram da casa de um dos investigados, na cidade de Cuiabá”, destaca Maciel.

Conforme as apurações, as contas usadas para receber os depósitos eram de pessoas residentes nas quatro cidades do interior de São Paulo, alvos da operação de hoje. A investigação também conseguiu chegar aos beneficiários finais dos valores desviados.

“Após serem recebidos em contas de laranjas, o dinheiro era imediatamente transferido para os verdadeiros chefes do esquema. Todos os identificados foram indiciados por associação criminosa, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar os 20 anos de reclusão”, conta o delegado.

Tecnologia

De acordo com o relatório investigativo da unidade policial, a investigação dimensiona a atual realidade das fraudes eletrônicas e a complexidade dessas investigações, pois os criminosos estão sempre baseados em outros estados da federação, o que demanda profunda atividade de inteligência e cooperação entre as Polícias Civis de todo o país. Embora esses golpes tenham se tornado conhecidos da população, os criminosos constantemente se reinventam e ainda continuam achar pessoas desatentas.

“É importante notar que aplicativos de chat e de transferência bancária são ferramentas novas. Veja que o whatsapp foi lançado em 2009 e o PIX em 2020. Sendo assim, as atuais vítimas desses golpes viveram a maior parte de suas vidas numa época em que não existiam essas tecnologias. Contudo, naquele período, isso não representava qualquer problema. Nessa lógica, as pessoas precisam ter calma quando receberem solicitações de dinheiro. Façam da maneira antiga, converse pessoalmente, ligue e escute a voz do solicitante, verifique antes de fazer transferências. Não se deixe conduzir pela pressa do criminoso”, alerta o chefe da 9ª DP.

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