PCDF desmonta grupo criminoso especializado em roubos de veículos
As investigações prosseguirão no sentido de identificar novos integrantes dessa cadeia criminosa e ampliar o rol de responsabilização criminal deles na prática desses roubos
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por intermédio das unidades vinculadas à Corpatri, deflagrou, nesta manhã (14), uma operação policial para desarticular uma associação criminosa especializada na prática de roubos de veículos com restrição à liberdade das vítimas. A ação visou dar cumprimento a sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão expedidos pela Justiça do DF.
Desse total, os policiais localizaram três alvos, que foram presos preventivamente nesta data. Dois investigados ainda permanecem foragidos e dois foram mortos durante confronto com a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), em data anterior.
De acordo com as investigações, os criminosos praticavam os roubos mediante emprego de arma de fogo e contavam com a atuação de no mínimo três membros da associação. Eles utilizavam um carro de apoio para identificar e monitorar as vítimas eleitas e, após selecionarem o momento mais oportuno, dois comparsas armados executavam os assaltos e mantinham as vítimas reféns, por certo tempo.
Em seguida, abandonavam as vítimas em local ermo na região do entorno de Goiás, depois de subtraírem os veículos, pertences e celulares delas.
O delegado da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV 1), da Corpatri, Konrad Rocha, explica que, somente nos últimos seis meses deste ano, os criminosos focavam os roubos na região Sul do DF, principalmente nas cidades de Santa Maria e Gama.
“Os veículos subtraídos eram submetidos a um processo de adulteração de seus sinais identificadores e transportados a outras unidades da federal para serem entregues a receptadores para o desmanche e objeto de comercialização ilícita no mercado clandestino ou para servir de apoio logístico a ações criminosas do bando. Eles ainda subtraíam os veículos para desmontar e comercializar as peças”, destaca o delegado.
Modus operandi
Segundo a polícia, o grupo criminoso atuava de forma extremamente agressiva, ousada e violenta. Durante todo o tempo em que as vítimas permaneciam sob o poder dos criminosos, eram agredidas e ameaçadas de forma constante.
Em alguns casos, as vítimas eram amarradas e colocadas no porta-malas. Os membros da associação atuavam de forma articulada, organizada e selecionavam os veículos a serem subtraídos após realizarem o mapeamento em áreas residenciais das RA’s mencionadas.
Após o levantamento do alvo, os elementos procediam à abordagem com arma de fogo e restringiam a liberdade dos ocupantes do veículo a ser subtraído.
Crimes praticados
Na noite do dia 15 de maio deste ano, de forma associada e previamente ajustada, os criminosos roubaram, mediante violência e grave ameaça com emprego de arma de fogo, o veículo de um casal na RA do Gama, no exato momento em que chegava em casa.
Durante o assalto, os bandidos exigiram que o motorista permanecesse na condução do veículo e a namorada, fosse para o banco traseiro, sentada ao lado de um dos assaltantes. O casal teve o veículo subtraído, além de pertences e celulares durante o trajeto percorrido, de pelo menos duas horas, pela BR-060, sentido Goiânia, sendo abandonadas em local ermo na região conhecida como Sete Curvas.
“Esse criminosos presos nesta operação de hoje foram responsáveis por pelo menos três crimes de roubo de veículo com a mesma forma de atuar, qual seja, empregando violência e ameaça com arma de fogo, assim como mantendo as vítimas com a liberdade restringida por considerável lapso de tempo”, destaca o diretor da DRFV/Corpatri, Konrad Rocha.
Em uma dessas situações, os elementos acionaram um motorista de aplicativo por meio de perfil falso e durante o trajeto para o destino final, anunciaram o roubo e executaram o mesmo plano criminoso consistente na privação de liberdade do motorista.
A investigação da Corpatri comprovou que o prejuízo financeiro oriundo dos crimes praticados pela associação aproxima-se de R$ 200 mil. A PCDF já conseguiu, desde o início das apurações, recuperar dois veículos roubados pelo grupo criminoso.
Perfil dos criminosos
Os alvos da investigação são experientes e adotam a prática de crimes patrimoniais como modelo e sustento de vida, frisando que eles já foram presos juntos em outras oportunidades e situações distintas.
Penas x condenação
Em caso de condenação, o somatório das penas atribuídas aos executores principais pode ultrapassar facilmente os 20 anos de prisão.
Delitos praticados: associação criminosa; roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, pela restrição da liberdade da vítima e com transporte para outra unidade da federação; receptação qualificada e adulteração de sinais identificadores de veículo automotor.
Continuidade das investigações
As investigações prosseguirão no sentido de identificar novos integrantes dessa cadeia criminosa e ampliar o rol de responsabilização criminal deles na prática desses roubos.
“A continuidade das investigações visa aferir a existência de outros tentáculos da associação, como por exemplo, as responsáveis por promover as interações financeiras do grupo e os destinatários finais dos veículos subtraídos”, finaliza o delegado Konrad Rocha.