PCDF desarticula quadrilha suspeita de lucrar R$ 1,8 milhão com “golpe do motoboy”

Os quatro integrantes da associação identificados são todos oriundos do Estado do Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (31/8), a Operação Majestic, que resultou no cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e seis ordens de busca apreensão contra integrantes de uma associação criminosa especializada em furto mediante fraude, na modalidade do “Golpe do Motoboy”.

A ação contou com o apoio da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ). As ordens judiciais foram cumpridas na Zona Oeste e Norte da cidade do Rio de Janeiro e também na Região dos Lagos (RJ).

Os quatro integrantes da associação identificados, com idades de 25, 25, 27 e 42 anos, são todos oriundos do Estado do Rio de Janeiro.

As investigações foram iniciadas, no mês de julho deste ano, após uma moradora do Lago Sul, de 82 anos, ter sido vítima do golpe com um prejuízo no valor de R$ 15 mil.

De acordo com a PCDF, entre os dias 25 e 29 de julho, os criminosos fizeram, ao menos, outras quatro vítimas no Distrito Federal, as quais juntas tiveram um prejuízo de R$ 200 mil. Nos últimos oito meses, os criminosos movimentaram cerca de R$ 1,8 milhão apenas em uma das maquininhas de cartão utilizada para a realização de transações com os cartões bancários das vítimas.

Nas redes sociais, os integrantes ostentam um alto padrão de vida, com fotografias de viagens para destinos nacionais e internacionais, com hospedagem em hotéis de luxo.

Sobre o “Golpe do Motoboy”

O golpe tem como principal instrumento o emprego de “engenharia social”, que consiste na manipulação psicológica da vítima, para que ela forneça aos criminosos informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

Embora existam algumas variações, a fraude, em regra, tem início com uma simples ligação. Os criminosos ligam para as vítimas, na maioria idosos, se passando por funcionários da central de segurança do banco e solicitam a confirmação de uma compra suspeita – que nunca existiu – realizada no cartão de crédito. A vítima diz não reconhecer o gasto e os fraudadores afirmam que o cartão foi, provavelmente, clonado, orientando a entrar em contato com a operadora do cartão, para que seja efetuado o bloqueio.

Os golpistas, então, permanecem na linha e a vítima, ao discar o 0800 da central de atendimento da operadora de cartão, é atendida pelos próprios criminosos, que permaneceram na linha. A vítima é orientada a fornecer a senha do seu cartão, para fins de bloqueio, e informada que um funcionário do banco irá até a sua residência efetuar a coleta do cartão, para fins de perícia.

Em prosseguimento, o suposto funcionário vai até a casa da vítima. Geralmente um “motoboy” efetua a coleta do cartão e, a partir daí, com o cartão e senha em mãos, são efetuadas transações financeiras com o uso do cartão da vítima, utilizando maquinetas de cartão cadastradas no CNPJ de empresas de fachada, ou no CPF de “laranjas”, dificultando, assim, a identificação dos autores e conferindo aparente legalidade aos valores auferidos com a prática criminosa.

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