PCDF: criminosos compram videogames, destroem peças e ameaçam matar 50 clientes
O grupo atuava no Distrito Federal e nas cidades do Entorno
Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 26ª Delegacia de Polícia em Samambaia, deflagrou a Operação Reset, para desarticular uma organização criminosa especializada em extorsão e estelionato envolvendo a compra e venda de videogames. O grupo atuava no Distrito Federal e nas cidades do Entorno.
Sete mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas regiões de Samambaia, Guará, Lúcio Costa,
Feira dos Importados do SIA e Vicente Pires. Os sete criminosos presos durante a operação têm idades entre 22 e 42 anos.
Diversos objetos foram apreendidos, incluindo vários consoles Playstation e Xbox, jogos, controles, aparelhos eletrônicos e dinheiro em espécie.
A ação teve início após uma vítima procurar a delegacia para denunciar um caso de extorsão decorrente da venda de um videogame. A equipe de investigação identificou pelo menos 50 vítimas somente no DF e, através da análise dos registros, descobriu que a organização era bem estruturada, com divisão de tarefas entre seus membros.
De acordo com as investigações, o modus operandi do grupo era complexo e envolvia diversas etapas:
Os criminosos buscavam potenciais vítimas que anunciavam seus videogames em plataformas online. Após identificar a vítima, os golpistas a contatavam, fingindo interesse na compra do produto. Eles se deslocavam até a residência da vítima, recolhiam o videogame e realizavam o pagamento.
Com o videogame em mão, os criminosos entravam em contato com a vítima novamente, alegando que o aparelho apresentava defeitos.
Para convencê-la, enviavam vídeos e fotos de peças velhas e danificadas de outro dispositivo, exigindo a transferência de dinheiro para consertá-lo. Essa exigência persistia até que o grupo recuperasse todo o valor investido.
Se a vítima percebesse o golpe e se recusasse a pagar, os criminosos passavam a extorqui-la, ameaçando-a de morte. Para aumentar a
intimidação, enviavam vídeos exibindo armas de fogo e, em alguns casos, até mesmo apareciam na residência da vítima.
Com o videogame em mão e o dinheiro recuperado, uma terceira parte do grupo entrava em cena. Donos de falsas lojas virtuais e de algumas bancas na Feira dos Importados do SIA, os criminosos revendiam os produtos adquiridos ilicitamente. Parte do lucro dessa venda era então repassada para os membros que atuavam nas fases anteriores do crime.