Operação prende suspeitos de participação em crimes cometidos por Lázaro Barbosa

Até o fim da manhã, cinco pessoas foram presas

Uma operação conjunta realizada por policiais militares e civis de Goiás (GO) e do Distrito Federal (DF) resultou, nesta sexta-feira (23/07), na prisão de suspeitos de participação em crimes cometidos por Lázaro Barbosa. Batizada de Anhanguera, a ação cumpriu 37 mandados de prisão e de busca e apreensão na região Metropolitana. Até o fim da manhã, cinco pessoas foram presas.

A operação, apesar de lançada nesta sexta, era executada desde o dia 28 de junho, quando Lázaro morreu em confronto com policiais militares. Em entrevista, o Secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, informou que os detalhes da ação serão divulgados na próxima terça-feira (27).

“Já tem tempo que estávamos planejando essa ação integrada com nossos colegas do Distrito Federal e aceleramos a execução depois do caso Lázaro. Inclusive, já tem gente presa que, de forma direta ou indireta, colaborou com aquele criminoso em algumas ações”, destacou Miranda.

As ações terão continuidade durante todo o final de semana, principalmente nas cidades que ficam no Entorno Oeste do DF, incluindo o município de Águas Lindas de Goiás, onde foi montada a base das forças policiais nos 20 dias em que Lázaro ficou foragido.

Comparsas

As policias que acompanharam e monitoraram o caso Lázaro Barbosa defendem a tese que o autor da chacina em Ceilândia não agiu sozinho. Em entrevista ao Fantástico, a delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Águas Lindas, Rafaela Azzi, afirmou que o criminoso fazia parte de uma organização.

“Nessa organização criminosa, a gente já levantou que pessoas importantes participam dela. Nós temos empresários, fazendeiros, políticos”, afirmou a delegada.

Um dos suspeitos envolvido com o criminoso é o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos. As investigações apontam que o homem teria acobertado e dado apoio a Lázaro durante a fuga, em Goiás. A polícia encontrou mensagens no celular do fazendeiro que aponta que Barbosa usava a fazenda para se esconder das forças de segurança no período em que estava foragido.

Ele chegou a ser preso e foi solto no dia 16 de julho pela Justiça de Goiás. Atualmente, Elmi usa tornozeleira eletrônica e não pode circular após às 19h. A Justiça ainda determinou que o fazendeiro durma, todos os dias, no endereço indicado pelo Juiz.

Relembre o caso

Lázaro Barbosa Souza, 32 anos, ficou foragido na mata entre as regiões de Cocalzinho de Goiás e Águas Lindas por 20 dias. O homem suspeito de cometer crimes em série  morreu em confronto com a Polícia Militar de Goiás (PMGO). Ele escondido em uma região da periferia de Águas Lindas de Goiás (GO), próximo à casa da ex-sogra. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Municipal Bom Jesus, mas chegou ao local sem vida.

Bastante extensa, a ficha criminal de Lázaro Barbosa se tornou conhecida após o homem se tornar um dos foragidos mais audaciosos dos últimos tempos. Em seu estado de origem, na Bahia, o homem era procurado por dois homicídios cometidos, em 2007, quando ele tinha cerca de 18 anos, na cidade de Barra do Mendes, a 573 km da capital Salvador.

No Distrito Federal, Lázaro começou a ser procurado após matar, no dia 9 de junho, com golpes de faca e tiros Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. A família era moradora de uma chácara no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, no Incra 9, em Ceilândia. No dia deste crime, a mãe e esposa das vítimas, Cleonice Marques, 43 anos, foi levada pelo autor do crime. O corpo dela foi encontrado três dias depois,  próximo a um córrego localizado no Sol Nascente, no local conhecido como Córrego das Corujas no meio da mata entre a BR-070 e a DF-180. O córrego ficava a 8km da chácara da família.

Durante o tempo em que esteve foragido, o homem se envolveu em outros crimes e mobilizou cerca de 300 homens em sua procura. Inicialmente, as polícias do DF e GO atuaram em conjunto. Contudo, por falta de entendimento entre as forças de segurança envolvidas e os chefes de Estado do DF, Ibaneis Rocha (MDB) e Ronaldo Caiado (DEM), as equipes da capital retiraram as tropas da operação.

Com informações do Mais Goiás

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