No Pontão do Lago Sul, mulher é repreendida por usar biquíni; homem passa sem camisa
Ao ser advertido por vigilante, servidora filma situação. Imagens viralizaram. Regimento do local não faz referência a vestimentas permitidas
Uma polêmica tomou conta da cidade nos últimos dias. Ao andar de bicicleta usando short e a parte de cima do biquíni no Pontão do Lago Sul, que fica na orla do Lago Paranoá, a servidora pública Patrícia Nogueira foi repreendida por um vigilante. O funcionário a advertiu sob a alegação de que no local não era permitido usar biquíni ao se exercitar. No entanto, enquanto tudo isso ocorria, um homem sem camisa passou por ela e pelo vigilante. E, de acordo com o vigilante, os homens poderiam ficar sem camisa.
A servidora filmou a abordagem e disponibilizou imagens para a TV Globo de Brasília. A cena viralizou na cidade. No vídeo, Patrícia chega a questionar o fato de uma mulher não poder usar biquíni, ao passo que um homem pode transitar sem camisa pelo Pontão. O fato ocorreu na sexta-feira (7/5).
O funcionário respondeu: “A única coisa que posso te dizer é que essa informação a senhora pode pegar com o pessoal que está um pouco acima de mim. […] A segurança me passou que mulher de biquíni não pode”. Ela então indagou novamente sobre homens poderem ficar sem camisa. O vigilante disse que trajes de banho não são permitidos, mas que ficar “sem camisa não tem problema, não. Me senti constrangida, discriminada. O machismo estrutural está em todos os lugares, ele se esconde sobretudo em situações cotidianas e em normas aparentemente inocentes”, afirmou Patrícia ao “Bom Dia DF”.
Ocorre que o espaço é público e não tem regras específicas que proíbam o traje de biquíni. O regimento interno do estabelecimento, que está disponível na internet, não trata sobre o uso de trajes de banho, mas diz que o administrador do espaço deve definir critérios sobre as vestimentas permitidas no local.
Apesar de ser público, o espaço do Pontão no Lago Paranoá é administrado por uma empresa por meio de um processo licitatório. Em nota, a empresa afirmou que “não compactua com tal situação e repudia todo e qualquer tipo de discriminação”. A empresa também afirmou que “não foram repassadas tais regras para o chefe da vigilância”. O vigilante teria sido advertido e a empresa terceirizada de segurança, notificada.