Mulheres inspiradoras: a história da Janete Vaz, co-fundadora do Grupo Sabin
egundo pesquisas, a empresa é considerada uma das melhores para mulheres trabalharem
Fundado em Brasília, atualmente com 350 unidades em 78 cidades brasileiras de 16 estados da federação, o Sabin faturou cerca de R$ 1,6 bi em 2023 e é a única companhia de capital fechado entre as grandes players de medicina diagnóstica.
O Grupo Sabin integra negócios nas áreas de análises clínicas, diagnósticos por imagem, anatomia patológica, genômica, imunização e check-up executivo. Além de comandar outros dois projetos, a Amparo Saúde, que integra beneficia grupos populacionais como empresas, além de atender ao público em geral; e a Rita Saúde, uma plataforma que integra de serviços e parceiros como farmácias e médicos.
Mas o que pouca gente sabe dessa marca é que o Sabin começou em uma sala de 90 m², no Edifício de Clínicas, ao lado do Hospital Regional de Asa Norte (HRAN), com três colaboradores, a partir do sonho de duas mulheres, Sandra Costa e Janete Vaz. A ideia delas foi colocada em prática em 1984. E atualmente, quase 80% dos colaboradores do Grupo Sabin são mulheres. Segundo pesquisas, a empresa é considerada uma das melhores para mulheres trabalharem.
Hoje, neste Dia Internacional da Mulher, o Mais Brasília trouxe para você, leitor, um pouco da história de vida de uma das fundadoras deste empreendimento, Janete Vaz.
Janete é formada em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Federal do Goiás e tem MBA em Gestão de Negócios pelo Instituto Nacional de Pós-Graduação (INPG) e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral (FDC).
“Em 1980, com o diploma nas mãos e três cartas de recomendações, deixei minha terra natal, Anápolis, para desenvolver minha carreira aqui na capital federal. E já com o sonho de abrir o próprio negócio. Ao trabalhar em dois laboratórios privados, conheci a Sandra, colega de profissão que se tornou minha grande amiga e sócia da vida inteira. Ela compartilhou comigo o sonho de empreendedorismo e, em 1984, fundamos o Sabin.”
Entretanto, para Janete, conciliar a vida pessoal à profissional e ainda empreender não foi nada fácil. Mas, a coo-fundadora do Sabin conseguiu transformar um sonho antigo da mãe, de ter uma farmácia de bairro, em um dos maiores conglomerados nacionais na área de saúde.
Aos 23 anos, já formada e casada, mudou-se de Goiânia para Brasília. Aos 30 anos, alugou uma pequena sala onde iniciou o Sabin. Com o empreendedorismo correndo nas veias, largou a estabilidade de um emprego público no Hospital de Regional de Taguatinga, no DF, para abrir o primeiro laboratório de muitos, em conjunto com a amiga e colega de profissão, Sandra Costa.
“Eu tinha duas crianças pequenas em casa para cuidar, o Leandro e a Raquel. O Rafael chegou alguns anos depois. A jornada era exaustiva”, lembra a farmacêutica-bioquímica. “Mas nunca encarei ser mulher como um problema”, completa.
Às jovens mulheres, que iniciam suas vidas profissionais nos dias de hoje, a empresária aconselha:
“Nunca desistam de seus sonhos, não tenham medo de enfrentar as dificuldades. Lutem e busquem conhecimento para realizá-los. Se tropeçarem, levantem a cabeça e sigam em frente. O sucesso vem pela resiliência e pela perseverança. Transformem os próprios erros em oportunidades.”, afirma Janete, lembrando ainda que para ela, é importante ser feliz e acreditar em um criador. “O importante é buscar a sua felicidade. E entre as atitudes de pessoas felizes estão os atos de tirar os sonhos da gaveta, traçar objetivo, buscar conhecimento, ter coragem e ser otimista, criar networking e confiar em Deus.”
Para conciliar a família e o trabalho, foi fundamental a Janete encontrar equilíbrio entre tantas atividades. Nos primeiros anos de trabalho, ela contou ter buscado ajuda profissional para sanar dúvidas se os filhos a iriam cobrar mais tarde pela ausência.
“Procurei um casal de psicólogos que me orientou a continuar trabalhando e correndo atrás dos meus sonhos. Me orientaram que o importante não era a quantidade de tempo com meus filhos, mas a qualidade. Acreditei e segui firme em meus propósitos e objetivos profissionais. Certa vez, ao contar isto em uma apresentação, Raquel, minha filha, me corrigiu dizendo que eu sempre fui uma mãe distante, porém nunca ausente.”
Para Janete, o ato de empreender somente prospera se estiver correlacionado ao bem-estar do próximo.
“Desde que nos unimos para empreender, nosso caminho, de Sandra e o meu, sempre foi norteado valores de credibilidade, ética, responsabilidade socioambiental, inovação, qualidade, respeito à vida e simplicidade. Foi a partir desses valores e de uma cultura de humanização que nossa empresa se edificou. Com esse olhar, cuidamos das pessoas, olhando para todas as direções, para todos que precisam, dentro e fora da nossa organização.”
Estes princípios levaram às empresárias a criarem, em 2005, o Instituto Sabin, para estruturar o braço social do Grupo.
“Esse é um legado que, Sandra e eu, nos orgulhamos de deixar, não apenas para família e colaboradores, mas para o ecossistema empresarial e toda a sociedade. Como pessoa, eu enxergo que na vida nós temos várias fases. A gente tem a primeira fase que é o tempo de aprender, temos o tempo para ganhar e o tempo para devolver. E eu acredito que estou no tempo de devolver, de contribuir, de passar experiência, de abençoar mais pessoas.”
Sobre o papel da mulher no mundo dos negócios, Janete conclui: “Por meio da minha participação em diversos conselhos de entidades, fóruns, centenas de palestras e eventos, busco, em especial, inspirar e fortalecer o empreendedorismo feminino e a importância das mulheres em cargos de liderança nas organizações.”