Médicos retiram sedação de advogada atropelada no Lago Sul
O estado da vítima é grave e ela segue sem previsão de alta médica
A equipe médica que cuida da advogada Tatiana Thelecildes Fernandes Machado Matsunaga, de 40 anos, atropelada propositalmente na QI 19 do Lago Sul, decidiu retirar a sedação da paciente nesta segunda-feira (30/8).
Tatiana está internada desde quarta-feira (25/8), quando foi atropelada pelo também advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem após uma briga de trânsito.
Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), após ser atingida, a vítima foi levada para o Hospital Brasília, inconsciente, com traumatismo craniano, suspeita de lesão na coluna e fratura no tornozelo esquerdo. O estado dela é grave.
Tatiana se desentendeu com o motorista na QI 15 e foi perseguida até em casa, onde ocorreu o atropelamento.
Na entrada da residência, a vítima, ao sair de seu carro, foi atingida pelo veículo do suspeito. O filho dela presenciou tudo.
No mesmo dia, Paulo Ricardo foi preso em flagrante.
TJDFT converte a prisão do motorista em preventiva
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) converteu a prisão do advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, de 37 anos, que perseguiu e atropelou uma moradora do Lago Sul, em preventiva. Ele foi autuado pela prática do crime de tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil.
A decisão da juíza foi tomada durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (26/8). A magistrada observou que a prisão em flagrante traz a prova da existência do crime e indícios suficientes da autoria. Segundo ela, “as provas revelam gravidade concreta, ou seja, gravidade que extrapola os elementos básicos do tipo penal”.
De acordo com o processo, o suspeito e a vítima se envolveram em uma briga de trânsito no Lago Sul. O homem teria perseguido a mulher até a rua onde ela mora e continuado a discussão. Em seguida, o motorista acelerou o carro e atropelou a moradora na calçada.
Para a juíza, as circunstâncias indicam a periculosidade do suspeito e que a liberdade dele pode afetar a ordem pública. A magistrada explicou ainda que a infração penal atribuída ao motorista é dolosa, ou seja, quando há a intenção de praticar o ato. A pena máxima é superior a quatro anos de prisão
O inquérito policial será encaminhado para o Tribunal do Júri de Brasília, onde vai tramitar o processo.
OAB/DF se posiciona sobre o caso
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Distrito Federal destacou que o atropelamento chocou a sociedade e a advocacia, pela brutalidade, pela motivação e pelo fato de ser um advogado o autor do crime, flagrado pelas autoridades.
A Ordem se colocou, ainda, à disposição da vítima e de sua família e desejou pronta recuperação.
Veja o vídeo do momento exato do atropelamento.