Mapeamento inédito destaca características do empreendedorismo feminino no DF
Estudo sobre as mulheres inovadoras na capital aponta que a idade média das empreendedoras é de 38 anos
Um estudo sobre o empreendedorismo feminino no DF e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE) foi divulgado neste mês de fevereiro.
A pesquisa é elaborada pelo Inovatório e a Brasil Startups, em apoio com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAPDF) e faz parte do projeto Startup Brasília 2030 (SBSB2030).
Para o projeto, foram coletados dados de agosto a novembro de 2021, de mulheres do ecossistema de inovação.
Um destaque da pesquisa é a faixa etária das empreendedoras, que ficam na idade média de 38 anos. São mulheres capacitadas, sendo que 8 em cada 10 possuem ensino superior completo. 79% possuem graduação e 21% já concluíram o Mestrado.
Elas entram neste mercado competitivo e dinâmico, e costumam ser recompensadas por boas perspectivas de crescimento. Nos próximos 12 meses, quase 80% esperam
crescimento no faturamento.
De acordo com o estudo, 29% atuam no segmento de saúde e bem-estar e 21%
atuam no segmento de Edtechs, como a empresária Giuliana Marques de 34
anos, fundadora do grupo de consultorias Coeducation.
Ela começou a empreender com 12 anos, ainda na escola. Ela dava aulas de reforço para os colegas que tinham dificuldades com a Língua Inglesa.
“Em todo lugar que se vê problema, há uma oportunidade de inovação e empreendedorismo, mas vejo que várias mulheres têm receio de se jogarem ou se posicionarem”, comenta.
Hoje a antes professora de inglês se tornou uma grande empresária do meio de
tecnologia e inovação em educação. Depois de ter passado por grandes redes de ensino de língua estrangeira, trabalhando no marketing e planejamento de
crescimento de marca, em 2018, se associou à Brasil Startups, que a ajudou a
ampliar a visão e estabelecer conexões para atuar em frentes de proficiência
internacional. Foi aí que idealizou a CoEducation.
“Descobri então a força do networking e a leitura de mercados, unindo a minha experiência como empresária, com a habilidade de acompanhamento e gestão do mundo das Startups”, completa.
Outra empreendedora que vem se destacando no DF é a Nathália Kelday. Fundadora e CEO da Edstation, programa que empodera jovens por meio do empreendedorismo tecnológico, ela conta que são muitos os desafios.
“É raro encontrar pessoas que possam te apoiar nessa caminhada. Sendo mulher, isso se torna mais difícil, conheço poucas que estão empreendendo, nesse processo muitas desistiram”, destaca.
A empreendedora diz que a entrada na Brasil Startups há 5 anos atrás foi decisiva
em sua carreira.
“Entrei no segmento de startups com 28 anos, precisava de instruções para inscrever meu projeto de Estudologia na Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAPDF). Eles foram muito parceiros, me acompanhavam, faziam reuniões comigo para ajudar minha empresa.”
Atualmente, Nathália faz palestras por todo Brasil para falar sobre inovações educacionais. Está à frente do Edtech Meetup, movimento que monitora o desenvolvimento das edtechs em Brasília.
Mas o mundo do empreendedorismo conta com muitos desafios. O estudo revela
que as principais dificuldades das startups são o acesso à linhas de crédito. 71,4%
das entrevistadas relataram ter tido esse problema.
De acordo com Erika Batista Cruz, diretora administrativa da Brasil Startups, o
estudo ajuda a dar visibilidade ao cenário de empreendedorismo na capital e com ele é possível ver onde governo, iniciativa privada e o ecossistema precisam
melhorar para dar mais oportunidades para as mulheres nos negócios de
inovação.
“O mapeamento trouxe um levantamento considerável: essas startups pensadas e lideradas por mulheres ainda faturam anualmente um valor que não é o ideal para alavancar seus negócios, mas a expectativa de crescimento é grande. Estima-se que haverá um salto nos próximos anos”, comenta Erika.