Justiça nega crime de racismo e não pune policiais em abordagem a ciclista

O Ministério Público, responsável pela denúncia, vai recorrer da decisão

A Justiça goiana rejeitou, nesta última quinta-feira (8/7) a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) contra os dois policiais que abordaram o ciclista youtuber Filipe Ferreira, enquanto ele fazia malabarismos na bicicleta dele. O MP ingressou com uma ação de crime de constragimento.

O magistrado, porém, não viu abuso de autoridade policial: “Como habitualmente costumo repetir: o policial militar não dispõe de bola de cristal. A sua expertise, o conhecimento da localidade e comunidade em que atua e o instinto policial exercem influência na decisão de abordar ou não uma pessoa. E cumpre ao abordado obedecer, já que a ordem é lícita, decorrente do poder de polícia do Estado. Essa postura de milhares de policiais militares goianos é que mantém os cidadãos seguros”, afirma o juiz.

Filipe foi abordado de maneira abrupta, teve uma arma apontada para a cabeça dele durante todo o tempo da ação policial e foi algemado. O cabo Gustavo Brandão da Silva e o soldado Fábio Ramos de Moura foram os policiais militares que o abordaram.

O fato aconteceu no dia 28 de maio.  Filipe Ferreira ainda tentou argumentar com os policiais, perguntar o motivo de ele estar sendo revistado, pediu para os policiais pararem de apontar a arma para a cabeça dele, disse que não estava armado e tirou a camiseta para provar que não portava nenhuma arma.

Os policiais, porém, sempre respondiam que aquele era o procedimento adequado e o mandavam colocar as mãos na cabeça.

À época, um vídeo mostrando o momento exato e a maneira da abordagem, circulou nas redes sociais. E o caso do ciclista negro, que foi abordado pelos policiais militares na Cidade Ocidental, município do interior de Goiás, ganhou repercussão.

https://www.youtube.com/watch?v=6T7n3rZ23KY&feature=emb_title

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