Justiça mantém prisão de motorista que fugiu de blitz provocando perseguição policial e morte de passageiro
Para a Justiça, a conduta praticada demonstra gravidade concreta
Nesta segunda-feira (30), a Justiça do DF converteu em preventiva a prisão em flagrante do autuado Raimundo Cleófas Alves Aristides, de 41 nos. Ele foi preso pela prática, em tese, dos crimes de tentativa de homicídio qualificado, praticada contra agente de segurança no exercício da função, embriagues ao volante e resistência.
Raimundo dirigia o carro que furou duas blitz na noite do último sábado (28), no Eixo Monumental, em Brasília. O veículo foi alvejado por policiais militares e os disparos atingiram Islan da Cruz Nogueira, de 24 anos, que estava no banco de passageiro. Durante a abordagem, segundo os policiais, Raimundo Cleófas portava uma faca tipo peixeira. O caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
Na audiência, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) manifestou-se pela regularidade do flagrante e pediu a decretação da prisão preventiva do autuado. A defesa do réu manifestou-se pela concessão da liberdade provisória, sem a fixação de fiança. Em sua decisão, o juiz observou que a prisão em flagrante não apresentou nenhuma ilegalidade.
Para a Justiça, a conduta praticada demonstra gravidade concreta.
“O réu, com sinais de embriaguez e na condução de veículo automotor, para não parar em bloqueio policial, avançou com o automóvel contra os policiais para atropelá-los e somente veio a parar após disparos de arma de fogo dos agentes e perseguição policial, colocando em risco demais motoristas e pedestres. Da situação, inclusive, resultou o falecimento de uma pessoa, visto que por causa da conduta imprudente do custodiado foram efetuados disparos de arma de fogo pelos policiais com o objetivo de parar o automóvel e um dos projéteis acertou o passageiro do carro”, narrou o magistrado.
Por fim, o juiz determinou que a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) sejam comunicados para que seja averiguado possível excesso por parte da PMDF no momento da abordagem.
O processo foi encaminhado para o Tribunal do Júri de Brasília, onde irá prosseguir.