Justiça condena homem pela prática de “estelionato afetivo” no DF
A Justiça pontua ainda que o réu se aproveitava da afeição que a vítima demonstrava por ele para pedir mais dinheiro
Em decisão unânime, a 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve decisão que condenou Marcelo Henrique Freitas Fonseca acusado de cometer o crime de “estelionato afetivo” contra uma mulher. A decisão estabeleceu a pena de 1 ano e 9 meses de reclusão, em regime aberto, bem como reparação de danos à vítima, no valor de R$ 1.412,00.
De acordo com o processo, entre os meses de abril e maio de 2022, Marcelo e a vítima tiveram um relacionamento amoroso. Eles teriam se conhecido por meio de um aplicativo de relacionamento. A partir daí, Marcelo convenceu a mulher a fazer aplicação bancária e emprestar cartão e senha para receber pagamentos, cuja origem dos depósitos não lhe foi informada. Nesse período, o acusado também se apropriou de dinheiro da vítima, referente ao seguro-desemprego, deixando-a sem o cartão e sem o valor.
A defesa do réu solicitou a absolvição dele por falta de provas. Sustentou que o homem não teve a intenção de induzir a vítima em erro e destacou ainda que a mulher teria se interessado pelos elevados retornos prometidos pelo investimento. O advogado argumenta que homem tentou, sem sucesso, devolver o dinheiro após o término do relacionamento e que não há provas de que ele teria se aproximado da vítima com a finalidade de obter proveito econômico.
Porém, para a Justiça do DF, apesar da alegação do réu de que a vítima sabia dos riscos da aplicação em moeda digital, o homem informou à mulher que iria devolver os valores. Provas, como os prints de mensagens, demonstram o contexto de pressão psicológica vivido pela mulher, para que fosse realizada a transferência de outros valores a Marcelo.
A Justiça pontua ainda que o réu se aproveitava da afeição que a vítima demonstrava por ele para pedir mais dinheiro e que ele deixava claro que a demora em realizar os depósitos poderia resultar no término do relacionamento.
Por fim, a Justiça do DF ressalta que o homem já possui, em seu desfavor, diversas ocorrências relativas ao mesmo fato e que as provas demonstram que ele realmente se aproximou da vítima para a obtenção de vantagem ilícita.
“Demonstradas a autoria e a materialidade, e ausente qualquer excludente de ilicitude ou culpabilidade, a condenação pela prática do delito descrito deve ser mantida”, finalizou o desembargador.