Grupo suspeito de faturar R$ 10 milhões em golpes é alvo de operação da PCDF

Investigadores estimam que 200 pessoas foram vítimas dos criminosos

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (11/3), a Operação Deep Sea, para desarticular um grupo que, desde 2019, pratica vários crimes de furto mediante fraude por meio eletrônico. A corporação estima que 200 pessoas foram vítimas, tendo gerado um prejuízo de mais de R$ 10 milhões.

A ação é liderada pela Coordenação de Repressão às Fraudes (Corf) e tem o apoio da Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO). Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão temporária em Santa Maria, Ceilândia, Gama, Riacho Fundo I, Sobradinho, Planaltina, no Distrito Federal, e em Goiânia, Novo Gama e Cristalina, no Estado de Goiás.

A investigação começou em março de 2021, quando os criminosos realizaram contato telefônico com uma empresa de Taguatinga. Eles se passaram por funcionários de um banco, induziram o servidor a acessar a página falsa da instituição bancária (phishing), onde foram subtraídos os dados bancários da instituição e retirados, por meio de transferências, cerca de R$ 200 mil.

Os agentes constataram que o grupo também pratica o “Golpe do Falso Boleto”, pois possuem páginas falsas de bancos e financeiras, onde as pessoas introduzem seus dados e recebem boletos fraudados, cujos códigos de barras têm como beneficiários os CNPJs de empresas de integrantes dessa organização. “Essas pessoas jurídicas são abertas com o único objetivo de fraudar, receber, lavar, simular e ocultar os valores subtraídos das vítimas”, informou a PCDF.

Organização do grupo

Foto: Divulgação/PCDF

De acordo com os investigadores, essa organização criminosa é estruturada e os integrantes possuem atividades específicas. Há a função de líder – que determina todas as ações; de hacker/invasor – que vende tais informações ou software de invasões para o líder do grupo criminoso; de chefes de núcleos; de recrutadores-chefes/administradores – que angariam os repassadores (pessoas para cederem às contas bancárias pessoais e de empresas, os quais têm conhecimento que os valores são provenientes de crime e, em média, recebem 10% como pagamento.

“Tais integrantes repassam de imediato os valores indevidamente apropriados com os golpes por meio de transferências, saques e simulações de compras/pagamentos com utilização de máquinas débito/crédito. Ademais, existem ainda aqueles que se passam por funcionários de instituições bancárias e fazem contato telefônico com as vítimas”, explica a PCDF.

Também ficou comprovado que os autores, preferencialmente, utilizam contas bancárias de pessoas jurídicas, sendo que estas empresas efetivamente não funcionam e foram constituídas justamente para a prática dos crimes.

Parte dos indiciados possui antecedentes criminais por estelionatos, ameaças, injúrias, porte ilegal de arma de fogo, roubos, homicídio tentado, coação no curso do processo, associação criminosa, tráfico e posse de drogas, crimes abrangidos pela Lei Maria da Penha, dentre outros delitos.

Durante o cumprimento dos mandados, um dos presos tentou ocultar três aparelhos celulares no vaso sanitário.

Sair da versão mobile