Governo do DF abriga sete juízas refugiadas do Afeganistão
Magistradas vieram acompanhadas de suas famílias, nesta quarta (20/10)
O governo do Distrito Federal (GDF) recebeu, nesta quarta-feira (20/10), sete juízas do Afeganistão que buscaram refúgio no Brasil quando o grupo extremista Talibã retomou o poder naquele país asiático. As magistradas vieram acompanhadas de suas famílias. Ao todo, são 27 pessoas.
O DF vai oferecer escola para as crianças, acesso à saúde e o Na Hora vai providenciar a documentação necessária, como RG e CPF. A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, disse que o governador Ibaneis Rocha (MDB), assim que tomou conhecimento da ação, colocou toda a estrutura do DF à disposição.
“Foram disponibilizados médicos para fazer o atendimento humanizado necessário. A rede pública de ensino também está à disposição para receber as crianças. A Secretaria de Justiça é uma secretaria que foca a garantia de direitos”, disse Passamani.
O resgate das sete juízas e de suas famílias foi organizado pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB). De acordo com a presidente da entidade, Renata Gil, as juízas foram selecionadas para receber acolhimento no país pelo grau de risco que corriam permanecendo no Afeganistão.
Após a seleção das pessoas, foi assinada uma portaria interministerial do governo brasileiro e emitidos os vistos. A Marinha do Brasil ficou responsável pela hospedagem do grupo de afegãos em Brasília.
A campanha “Nós por elas”, recebeu o apoio do Banco do Brasil, que além de abrir uma conta e fazer o depósito inicial de R$ 100 mil, criou o pix: pix.nosporelas@fbb.org.br para que sejam feitos depósitos para os refugiados.
O diretor do Departamento de Segurança e Justiça do Ministério das Relações Exteriores, ministro André Veras Guimarães, lembrou que o esforço foi diuturno para trazer as famílias afegãs ao Brasil e parabenizou a todos os envolvidos. “Trabalhamos com a área de imigração do Itamaraty, muitas vezes até as 2 horas da manhã, para retirar as pessoas do Afeganistão”, lembrou.
Refúgio a venezuelanos
Em janeiro, famílias indígenas Warao, grupo étnico do norte da Venezuela, foram abrigadas numa unidade socioassistencial no espaço no Núcleo Rural Capão Comprido, em São Sebastião.
O local foi projetado para ser um centro de atendimento, onde são desenvolvidas várias atividades para população em situação de desabrigo. O centro de atendimento foi construído para receber exclusivamente às famílias venezuelanas.
Esse trabalho é realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) em conjunto com a Cáritas Arquidiocesana de Brasília e tem como parceiros a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH).
A instituição recebeu os 79 indígenas que estavam acampados nas proximidades da Rodoviária Interestadual de Brasília. No local, as famílias têm onde dormir, fazer as refeições, espaço de convívio coletivo e são acompanhadas por uma equipe socioassistencial.
As agências da ONU ficaram responsáveis por fornecer os mantimentos e os materiais para apoiar a adaptação dos espaços físicos, como kits de higiene e limpeza, de cozinha, beliches ou redes e freezer.