Ex-comandante da PM diz em depoimento não ter a mesma ideologia de vândalos – Mais Brasília
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Ex-comandante da PM diz em depoimento não ter a mesma ideologia de vândalos

Vieira prestou depoimento à PF na quinta (12)

Foto: Divulgação

O ex-comandante da PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) Fabio Augusto Vieira afirmou em depoimento não compartilhar da ideologia dos manifestantes que promoveram atos de vandalismo no último dia 8.
Questionado se em algum momento alguém tentou convencê-lo a apoiar a causa dos manifestantes, respondeu que, por ser militar, não pode se envolver com questões políticas, independente da sua convicção.

“[Disse] que não tem essa ideologia, e não se recorda de alguém tê-lo convidado, principalmente após se tornar Comandante-Geral”, relata o termo de declaração.

Fábio negou ainda que superiores hierárquicos tenham demonstrado simpatia às manifestações. “Afirmou que não [havia simpatia] e que houve uma grande preocupação do governador [Ibaneis Rocha] que transmitiu através do chefe da Casa Civil [Gustavo Rocha] o dever de preservar o local”, transcreve o documento.

Como a Folha mostrou, Fabio Augusto Vieira, preso após os atos de depredação na praça dos Três Poderes, disse em depoimento que o Exército teria impedido que houvesse prisões no acampamento ainda na noite do último domingo (8).

Vieira prestou depoimento à PF (Polícia Federal) na quinta-feira (12). Ele afirmou que não houve ordem de “ninguém para deixar de atuar ou de omitir” e não havia informações sobre policiais da ativa no movimento. Ele contou, no entanto, que haveria um processo para ser aberto contra policiais militares da reserva que estavam no acampamento.

No despacho em que determinou a prisão do ex-comandante e do ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes menciona ideologia como um dos possíveis motivos para suposta conivência das forças de segurança.

“Absolutamente TODOS serão responsabilizados civil, política e criminalmente pelos atos atentatórios à Democracia, ao Estado de Direito e às Instituições, inclusive pela dolosa conivência – por ação ou omissão – motivada pela ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo”, escreve.

Por Fábio Zanini